Você sabe como funciona a odontologia oncológica? Este artigo visa esclarecer sobre a importância desse segmento da Odontologia na vida de pessoas que enfrentam o câncer.
O combate ao câncer implica em procedimentos extremamente agressivos para o organismo. Inclusive, para os dentes. Muito se fala da queda de cabelo, que é um efeito colateral bastante visível do tratamento com quimioterapia, por exemplo.
Mas não é só o cabelo que cai. O organismo todo fica abalado. A pele resseca, os pacientes geralmente apresentam náusea e a boca também sofre bastante.
Pois, são vários os efeitos da quimioterapia ou da radioterapia nesta parte corpo humano, inclusive com grandes prejuízos para os dentes e para a gengiva.
Este artigo aborda as doenças que podem acometer a boca, seus tratamentos e como a odontologia oncológica é importante na trajetória de superação do câncer.
Acompanhe até o final e fique por dentro.
O que é e como funciona a odontologia oncológica
A hora certa de entrar com a odontologia oncológica
Principais manifestações orais que acometem pacientes com câncer
Restrições
A importância da odontologia oncológica
O que você vai conferir!
O que é e como funciona a odontologia oncológica
O câncer é uma das doenças mais incidentes e agressivas para o organismo na contemporaneidade. Anualmente, quase treze milhões de pessoas recebem o diagnóstico, quase sempre devastador, da doença.
Somente no Brasil, são cerca de quinhentas mil pessoas afetadas pelos vários tipos da doença a cada ano. O tratamento para o câncer envolve diferentes frentes e muda de paciente para paciente.
Entretanto, alguns procedimentos, como a radioterapia e a quimioterapia, são muito utilizados e geram diversos efeitos colaterais, inclusive, causando danos e doenças à boca do paciente. Por isso, o papel do cirurgião-dentista é fundamental antes, durante e após o tratamento do paciente com câncer.
À propósito, o ideal é que o paciente que recebe o diagnóstico da doença passe por uma avaliação com o dentista antes mesmo de começar o tratamento. Sendo assim, este profissional poderá identificar, por meio de avaliação clínica e também radiográfica, qualquer foco de infecção nesta fase.
Assim, estará hábil para realizar o tratamento de remoção das infecções. Este procedimento vai impedir que esta infecção se agrave durante o período de baixa imunológica e evolua para uma infecção sistêmica.
Os procedimentos pré-tratamento podem incluir, também, a remoção de aparelho ortodôntico, tratamento de canal, periodontal ou de cáries, e, ainda exodontias. Tudo disso de forma rápida para que se dê início ao tratamento de combate ao câncer.
Resumidamente, podemos dizer, então, que a odontologia oncológica implica em uma série de cuidados bucais com acompanhamento pré, durante e pós-tratamento contra o câncer. Seu objetivo final, combater doenças que surgem com a baixa imunidade e minimizar os efeitos colaterais do câncer e de suas terapias.
Odontolgoia para pacientes com câncer pode minimizar complicações.
A hora certa de entrar com a odontologia oncológica
Começar esse tratamento na hora certa faz toda a diferença e diminui muito o sofrimento do paciente com câncer. Portanto, o melhor momento para começar com o dentista é assim que receber o diagnóstico da doença e antes de dar início as terapias de combate ao câncer.
Logo, agindo assim, o paciente estará evitando maiores sofrimentos para si. O encaminhamento feito tardiamente para o dentista dificulta e retarda a minimização e a resolutividade dos problemas.
Portanto, não se deve esperar pelo aparecimento das manifestações bucais em decorrência da doença ou de seu tratamento. Mas, sim, se antecipar e tratar tudo o que se fizer necessário com antecedência, preparando o paciente para que os impactos sejam menores, assim como o sofrimento e a dor.
Este sofrimento é totalmente desnecessário, uma vez que existem vários métodos de prevenção e controle dos desconfortos orais advindos com o câncer. Portanto, aja rapidamente.
Principais manifestações orais que acometem pacientes com câncer
As manifestações orais do tratamento do câncer se instalam sucessivamente em cadeia, uma em consequência e agravamento da outra. Muitas podem ocorrer devido à falta de higienização adequada. Isso se dá porque a gengiva costuma ficar muito dolorida e faz com que os pacientes com câncer evitem realizar a escovação ou passar o fio dental da forma correta. Algumas ocorrências em pacientes com câncer são:
Mucosite oral: Feridas na cavidade oral que causam dor e desconforto podem ser sintomas de mucosite. Estas feridas aumentam, ainda, as chances de contrair bactérias.
Xerostomia: As terapias de combate ao câncer, geralmente, causam alterações nas glândulas salivares, o que gera uma secura excessiva na boca. A saliva tem papel importante para a manutenção da saúde bucal e a xerostomia pode, assim, causar algumas doenças bucais, como a halitose, ou seja, o mau hálito persistente, dentre outras.
Cárie de radiação: É a cárie dental que surge devido à baixa produção de saliva e de má higiene bucal.
Infecções: Como já foi dito, as terapias utilizadas para combater o câncer interferem muito na imunidade do paciente. Assim, com a imunidade baixa, muitas infecções podem aparecer ou se agravar, ocasionando doenças como gengivite ou a periodontite.
Sangramentos: O baixo número de plaquetas é outro fator que pode levar à problemas para o paciente com câncer. Um destes problemas é o sangramento bucal, inclusive, espontâneo.
Perda do paladar: As papilas gustativas também são afetadas. Sendo assim, alguns pacientes deixam de sentir o gosto dos alimentos. Pode parecer um fator inofensivo, mas este pode levar à inapetência, ou seja, falta de vontade de comer.
Perda óssea: Apesar de mais rara nestes casos, a perda óssea pode acontecer em pacientes com câncer. Esta ocorrência, vale lembrar, leva a perda dentária.
O que você precisa saber sobre doenças periodontais.
Para aliviar o desconforto
Muitas das manifestações orais em pacientes com câncer têm a ver com a má higiene bucal, devido à dor e sensibilidade das gengivas e dos dentes durante o tratamento.
Portanto, vale investir nestes cuidados, inclusive com a ajuda do dentista. Sendo assim, para este período, recomenda-se o uso de escovas macias e de enxaguantes bucais sem álcool para os bochechos.
Nos casos de mucosite oral, uma saída é utilizar soluções isotônicas, anti-inflamatórios ou, ainda, o tratamento com laser, conhecido por laser terapia, para aliviar o incômodo causado.
Para aliviar os efeitos da xerostomia, recomenda-se usar protetor labial à base de lanolina e lubrificantes orais. Os lubrificantes orais são conhecidos como a saliva artificial, muito importante para evitar feridas e infecções.
A visita ao dentista auxiliará para remoção da placa bacteriana, também proveniente da má escovação. Ela é a causadora de muitas doenças e ocorrências, dentre elas o sangramento bucal, a cárie, a gengivite, a periodontite, a halitose e outros.
As infecções podem ser tratadas por meio de medicamentos tópicos ou orais e, claro, a correta limpeza e assepsia da boca. No caso de perda óssea, pode ser necessária a colocação de implantes dentários.
Restrições
O cirurgião-dentista tem grande importância na condução e orientação nas escolhas a serem feitas durante o tratamento de odontologia oncológica. Por exemplo: O paciente em tratamento com quimioterapia ou radioterapia não pode ficar exposto a infecções em implantes.
Portanto, a avaliação do dentista é importante para saber como agir. Porque quem faz terapia de combate ao câncer na região da cabeça ou do pescoço ou que usam medicamentos do grupo dos bisfofonatos não podem fazer implantes.
Também passam por restrição pacientes com aparelho ortodôntico. O ideal é removê-los durante o tratamento. Essa necessidade surge para evitar sangramentos e infecções, uma vez que a boca fica muito sensível. Ainda assim, somente após dois anos de remissão o paciente poderá retomar o tratamento ortodôntico.
A importância da odontologia oncológica
Mais uma vez, vale frisar que o acompanhamento odontológico do paciente oncológico é de suma importância. Sobretudo, deve começar antes das terapias de combate ao câncer; e ser realizado durante e após a finalização do tratamento.
Logo, na fase anterior ao início do tratamento da doença, deve-se realizar uma adequação necessária do meio bucal. Isso significa combater infecções preexistentes, remover aparelhos ou realizar outros procedimentos necessário a fim de minimizar complicações adiante.
Durante o tratamento, o objetivo é controlar e minimizar as prováveis manifestações provocadas em decorrência das terapias aplicadas. Após o término do tratamento de combate ao câncer, o acompanhamento se faz necessário para tratar eventuais sequelas.
Os fenômenos celulares provocados pela citotoxicidade de determinados grupos de drogas são extremamente complexos e requerem um conhecimento acurado e bastante experiência do dentista na área.
Também, é possível tratar adequadamente uma necessidade odontológica no decorrer do combate ao câncer. Entretanto, com a devida cautela e no momento certo.
Infelizmente, a maioria dos hospitais e das clínicas oncológicas não dispõe ou não pratica protocolos adequados de prevenção e de tratamento das afecções orais oriundas do tratamento antineoplásico (ou seja, que faz uso de medicamentos que destrói células malignas ou que inibe o seu crescimento ou disseminação).
Em outras palavras, este é mais um motivo para procurar logo um cirurgião-dentista especializado em odontologia oncológica para intervir o mais rapidamente possível.
No mais, atitudes clínicas simples como higiene bucal, controle do biofilme oral e o uso de enxaguantes específicos podem impedir ou melhorar as manifestações secundárias na boca provocadas pelo tratamento do câncer. Pois é possível seguir um protocolo multimodal individualizado de cuidados paliativos deve ser instituído para cada caso; e o dentista é o profissional indicado para avaliar cada caso.
Higiene bucal: O segredo da saúde dos dentes e da boca.