Entre 2014 e 2016, a procura pela bichectomia aumentou em 14,25% segundo o último censo sobre cirurgia plástica no Brasil, realizado pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP).
Com esse crescimento, dúvidas como “bichectomia envelhece?”, “pode causar flacidez?”, “é segura?”, “qualquer pessoa pode fazer?”, passaram a ser frequentes nos consultórios odontológicos.
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Neste artigo, você vai entender porque muitas pessoas costumam dizer que a bichectomia envelhece e até que ponto isso é verdade ou não.
Veja tudo que será abordado sobre o assunto:
- A pergunta que não quer calar: bichectomia envelhece?
- O que é a bichectomia?
- Onde ficam e para que servem as bolas de bichat
- Para quem a bichectomia é indicada
- Conheça as contraindicações
- Como a bichectomia é realizada
- De onde vem essa história de que a bichectomia envelhece?
- Mas o que os especialistas dizem? A bichectomia envelhece ou não?
- Avaliação profissional é fundamental
- Bichectomia bem indicada garante benefícios
- Procedimentos complementares podem melhorar aparência
- Riscos vão além do envelhecimento precoce
O que você vai conferir!
A pergunta que não quer calar: bichectomia envelhece?
Grande parte das pessoas que se incomodam com o volume das bochechas já pararam para pensar, em algum momento na vida, em recorrer a um procedimento estético para resolver o problema.
Contudo, muitas acabam desistindo quando veem, por exemplo, que a bichectomia envelhece ou causa flacidez.
Não é à toa que essas perguntas são comuns na rotina dos consultórios odontológicos. Afinal, ninguém quer trocar um problema por outro, não é mesmo?
Mas será mesmo que essa microcirurgia é capaz de acelerar ou agravar o envelhecimento ou isso não passa de um mito? É justamente sobre isso que falaremos neste artigo.
O que é a bichectomia?
Antes de explicarmos se a bichectomia envelhece ou não, é importante entender o que é e para que serve este procedimento.
Trata-se de uma intervenção cirúrgica para retirada do compartimento de gordura localizado na região da bochecha, que leva o nome de bola de bichat.
De forma geral, a técnica visa diminuir o volume das bochechas, a fim de deixar o rosto com o aspecto mais afinado.
Além de garantir ângulos e contornos mais atraentes e criar uma harmonização facial.
Veja também: Bichectomia: o que é e quais são seus prós e contras
Onde ficam e para que servem as bolas de bichat
É preciso, ainda, entender o que são as bolas de bichat e para que servem, antes de entrarmos no mérito de que a bichectomia envelhece ou não.
Conforme já mencionado anteriormente, essas bolsas de tecido adiposo estão situadas em uma camada profunda da face.
Mais especificamente, entre os músculos bucinador e masseter e sob as maçãs do rosto.
Todos nós temos bolas de bichat, até mesmo as pessoas com rostos mais finos. A diferença é que o tamanho e volume variam de pessoa para pessoa, sobretudo por razões genéticas.
Quando nascemos, seu papel é evitar que esses dois músculos entrem em atrito e facilitar a sucção. Depois disso, elas tendem a ficar sem função.
Mas em algumas pessoas pode desempenhar um papel importante, conforme veremos mais adiante.
Para quem a bichectomia é indicada
Por mais que a bichectomia seja uma alternativa bastante procurada por pacientes insatisfeitos com a estética facial e que almejam um rosto mais fino, isso, por si só, nem sempre é suficiente para realizar a cirurgia.
O procedimento costuma ser indicado para homens e mulheres que não conseguem reduzir o volume da bochecha apenas com dieta ou atividade física.
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E, sobretudo, para aqueles que têm um excesso de volume dessa estrutura gordurosa.
Também é recomendada para pessoas com rostos mais quadrados que já tentaram garantir o efeito “blush” por meio dos preenchimentos, mas sem sucesso.
Além das indicações estéticas, a bichectomia também é indicada para fins terapêuticos.
Tais como mordiscamento da parte interna das bochechas, o que acaba ocasionando sangramentos cotidianos. Bem como lesões ou tumores.
Conheça as contraindicações
Por outro lado, a bichectomia é contraindicada em alguns casos.
Tais como para pacientes cardiopatas, com problemas hepáticos e renais graves, doenças clínicas não controladas ou que possuem infecções locais.
Homens e mulheres que realizam quimioterapia ou radioterapia e grávidas também não devem realizar o procedimento.
Assim como menores de idade e pessoas que estão acima do peso.
Como a bichectomia é realizada
Para entender de onde surgiu essa ideia de que a bichectomia envelhece, é importante saber como o procedimento funciona na prática.
Considerada relativamente simples e rápida, a bichectomia é realizada no próprio consultório odontológico, sem a necessidade de internação.
De forma geral, a cirurgia costuma durar 40 minutos, aproximadamente, e é realizada sob efeito de anestesia local, com ou sem sedação.
O profissional realiza pequenas incisões na parte interna da boca, na região da bochecha, para a retirada da bola de bichat.
E, em seguida, faz suturas no local, que podem ser absorvíveis ou não. No segundo caso, o paciente precisa voltar ao consultório em sete dias para retirar os pontos.
O pós-operatório é muito parecido com o da cirurgia de extração de siso. Já o resultado final costuma aparecer entre três e seis meses após a realização da bichectomia.
De onde vem essa história de que a bichectomia envelhece?
Agora que você já sabe tudo sobre a cirurgia, fica mais fácil entender porque dizem tanto por aí que a bichectomia envelhece.
Para quem não sabe, o rosto é formado por diversos compartimentos de gordura, como as bolsas de bichat.
Seu papel é sustentar as estruturas da face, como músculos e pele, e evitar que ela desabe.
Inclusive são essas gorduras que garantem um melhor contorno da face e que deixam as maçãs mais salientes, caracterizando um rosto mais vivaz e atraente na juventude.
Por volta dos 40 anos, essa gordura subcutânea começa a ceder, o organismo passa a perder colágeno e tonicidade muscular e a sustentação do tecido vai diminuindo.
O que, consequentemente, resulta em uma queda dos tecidos da pele, deixando o rosto com aspecto mais afinado e envelhecido.
É justamente por isso que muitas pessoas acreditam que a bichectomia envelhece.
Por acreditarem que essa gordura contribui para a sustentação da pele e dos músculos. E, se retirada, compromete tal suporte e acelera o processo de envelhecimento.
Mas o que os especialistas dizem? A bichectomia envelhece ou não?
Se você está se perguntando se essa teoria procede ou não, a verdade é que não existe um consenso sobre esta questão.
De um lado, estão os especialistas que defendem que a bola de bichat é sim um compartimento importante.
E, se retirada, pode contribuir para um aumento da flacidez e, consequentemente, favorecer um envelhecimento precoce.
Mas do outro, estão aqueles que sustentam que a gordura retirada na bichectomia não possui função de sustentação.
Isso porque, como ela está localizada em uma camada mais profunda da face, acaba não se conectando aos compartimentos superficiais que ocasionam a flacidez no processo de envelhecimento.
Avaliação profissional é fundamental
Por outro lado, existe um consenso sobre a importância da avaliação e indicação profissional para realização do procedimento.
Isso porque, se for realizada sem necessidade e a qualquer custo, pode sim causar flacidez e outros sinais de envelhecimento precoce da pele.
Não é à toa que muitos profissionais indicam a bichectomia apenas para pacientes que tem a bola de bichat em excesso.
Em homens e mulheres com rostos mais longos e magros, por exemplo, a bola de bichat pode exercer uma função pequena de sustentação.
Como os ossos da região nem sempre tem capacidade para tal, esse compartimento de gordura acaba auxiliando nesse suporte, por menor que seja.
Além disso, quando a cirurgia não é realizada corretamente e o profissional retira um volume de gordura além do necessário, os contornos na região das bochechas podem ficar mais profundos.
O que, por consequência, resulta em uma face com aspecto debilitado.
Outra questão é que alguns pacientes já apresentam um grau elevado de flacidez antes mesmo de passarem pela bichectomia.
Então, por mais que a realização do procedimento não altere a característica da pele, pode acabar acentuando o aspecto “caído” nesses casos.
Bichectomia bem indicada garante benefícios
Existem profissionais, inclusive, que chegam a defender que quando a bichectomia é bem indicada pode até contribuir para um envelhecimento mais adequado.
Isso porque, ao ser retirada, evita-se que a bola de bichat caia quando o paciente emagrece. Prevenindo, assim, o aparecimento da papada e o aspecto de bochecha caída.
O que significa que a pessoa pode envelhecer sem precisar enfrentar uma perda tão grande de contorno facial.
Procedimentos complementares podem melhorar aparência
Independentemente se a bichectomia envelhece ou não, em alguns casos, como doença ou tumor, ela precisa ser feita.
Assim sendo, o mais indicado é que o paciente invista em outras técnicas para recuperar o aspecto envelhecido da pele.
Tais como preenchimento com ácido hialurônico, bioestimuladores de colágeno, enxerto de gordura, lifting facial não cirúrgico, dermosustentação por fios.
Esses são apenas alguns dos procedimentos que podem ajudar a devolver a sustentação e resgatar o volume perdido.
Riscos vão além do envelhecimento precoce
Agora que você já sabe que a bichectomia envelhece em alguns casos, é importante destacar que esse não é o único risco do procedimento.
Quando mal realizada, principalmente, a técnica pode ocasionar sangramentos e infecções.
Além disso, para quem não sabe, a bola de bichat fica localizada em uma área delicada da face: próximo às terminações do nervo facial e dos principais vasos sanguíneos.
O que significa que há riscos de lesões no nervo facial que, em casos mais graves, podem até provocar a perda irreversível dos movimentos da face.
Outra possível intercorrência é o corte acidental do ducto salivar.
Sem contar os efeitos indesejados que podem surgir com o tempo, como distorções anatômicas significativas.
Portanto, por mais que sua realização vem sendo banalizada nos últimos anos, não se pode esquecer que a bichectomia é um procedimento cirúrgico que deve ser muito bem indicada e realizada por um profissional capacitado e experiente.
Conclusão
De forma geral, podemos entender que a bichectomia, por si só, não é capaz de acelerar o processo de envelhecimento.
Até porque este é um processo natural que está relacionado à uma série de fatores, como poluição, maus hábitos e alimentação, radiação solar, entre outros.
O que acontece, muitas vezes, é que a cirurgia acaba destacando o aspecto de pele flácida e envelhecida, pelos fatores já mencionados anteriormente.
Ou, em alguns casos, pode não ter sido realizado da forma correta, o que justifica essa história de que a bichectomia envelhece.