Periodontite é uma das principais causas de perda dentária

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17/03/2021 | Por: OdontoBusca

Gengiva sangrando, principalmente durante as escovações, é sinal de alerta. Apesar de muitas pessoas associarem essa manifestação à gengivite, também é um sintoma da periodontite, que é um quadro muito mais sério.

Neste artigo, além de entender a diferença entre essas duas doenças periodontais, você irá conhecer os sintomas, causas e consequências da periodontite.

Ainda descobrirá quais são os principais tratamentos e formas de prevenir esta inflamação que, apesar de recorrente, pode ocasionar vários problemas de saúde, inclusive perda dentária.

Periodontite: uma doença comum, mas muitas vezes negligenciada

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Periodontite afeta 90% da população mundial, mas nem sempre recebe a atenção que merece

Conforme estimativa da Organização Mundial de Saúde (OMS), a periodontite afeta 90% da população mundial.

Já no Brasil, a previsão é de que 99% das pessoas tenham algum tipo de doença periodontal, seja gengivite ou periodontite.

O fato dessas doenças geralmente surgirem de forma silenciosa é um dos fatores que explicam esse cenário.

Como nem sempre causam grandes incômodos e desconfortos ao paciente, elas acabam não recebendo a devida importância.

Isso porque muitas pessoas esperam sentir dor para buscar ajuda profissional.

O problema é que, com isso, muitos diagnósticos são realizados quando a situação já está grave, o que pode dificultar o tratamento, conforme vereamos adiante.

A diferença entre gengivite e periodontite

Antes de abordarmos as causas, sintomas, consequências e tratamentos da periodontite, é importante esclarecer a diferença entre as duas doenças periodontais.

Tida como uma inflamação das gengivas, causada por algum tipo de infecção bacteriana, a gengivite representa o estágio inicial da doença.

Como não causa dor, costuma ser identificada pelas alterações na gengiva, como sangramento, inchaço e vermelhidão, ou somente nas consultas regulares com o profissional dentista.

Já a periodontite é justamente a evolução da gengivite não tratada. Apesar de ser muito comum em adultos, é uma doença grave.

Pois se trata de uma inflamação que afeta não só a gengiva, mas também os tecidos, ossos e ligamentos que sustentam os dentes.

Má higiene bucal é uma das principais causas da periodontite

A baixa higiene bucal e, consequentemente, o acúmulo de placa bacteriana e de tártaro, são os principais causadores das doenças periodontais.

Todos sabemos que quando não realizamos a higienização bucal de forma eficiente, abrimos brecha para a proliferação das bactérias.

Isso inclui tanto uma escovação rápida e superficial, quanto a falta de uso do fio dental, por exemplo.

Desta forma, a placa bacteriana que fica entre o dente e a gengiva não é removida como deveria.

E se essa remoção não acontece com a frequência esperada, a placa dental acaba se acumulando, endurecendo e se transformando em tártaro.

Essa película endurecida é muito mais difícil ser removida, o que favorece a atuação das bactérias nocivas à nossa saúde.

Outros fatores favorecem a doença periodontal

O tabagismo é um dos fatores de risco para a doença periodontal

Mas a má higienização não é a única responsável pelo desenvolvimento da periodontite. Existem outros fatores que podem aumentar, de diferentes formas, o risco de doença periodontal.

Confira alguns deles:

  • Diabetes
  • Estresse
  • Obesidade
  • Tabagismo
  • Histórico familiar
  • Problemas hormonais
  • Problemas cardiovasculares
  • Baixa produção de saliva
  • Outros problemas bucais, como a cárie
  • Má oclusão, ao facilitar o acúmulo de restos de comida entre os dentes
  • Uso de medicamentos fortes, como antibióticos
  • Doenças que afetam o sistema imunológico, como a aids
  • Consumo excessivo de bebida alcoólica
  • Entre outros

Sinais e sintomas da periodontite

Além de sangramento na gengiva, principalmente durante a escovação, a periodontite também pode ser identificada por vermelhidão e inchaço gengival.

A atuação das bactérias na cavidade bucal, que se acumulam e realizam a decomposição dos resíduos alimentares, ainda pode resultar em mau hálito.

Outro sintoma comum é a alteração no paladar, ocasionada principalmente pelo excesso de placa bacteriana e tártaro.

Alguns pacientes também relatam o aumento da sensibilidade oral, que também pode ter outras causas. E uma aparência mais alongada dos dentes, como resultado da retração gengival e da exposição das raízes dos dentes.

Em casos mais avançados, alguns são surpreendidos por bolsas gengivais com pus, o que acaba provocando muita dor. Além de dentes amolecidos e, consequentemente, quedas dentárias.

Como a periodontite pode ser prejudicial à saúde

Importante destacar que a periodontite pode gerar sérias consequências não só para a cavidade bucal, mas para todo o corpo e organismo.

Conforme já mencionado, quando a gengiva permanece inflamada por anos, a situação pode resultar em perda óssea e queda de elementos dentários.

Além de comprometer a estética do sorriso e a harmonização facial, também acarreta prejuízos para a fala e mastigação.

Como o indivíduo passa a enfrentar dificuldades para triturar os alimentos de forma correta, isso pode até desencadear problemas estomacais e comprometer a absorção de nutrientes.

Outra preocupação é que as bactérias envolvidas no processo infeccioso podem cair na corrente sanguínea e aumentar a chance de desenvolver sérios problemas, como doenças cardíacas, por exemplo.

Em mulheres grávidas, a periodontite pode inclusive ocasionar um parto prematuro.

Um diagnóstico precoce faz toda diferença

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Por meio da análise clínica, profissional dentista poderá avaliar se há algum comprometimento na estrutura dentária ou no tecido gengival

Como a periodontite pode se desenvolver de forma assintomática, isso muitas vezes dificulta o autodiagnóstico.

Por isso, é importante observar a aparição dos primeiros sintomas e não esperar sentir dor ou a situação piorar para procurar ajuda profissional.

Ao mesmo tempo, essa questão também reitera a importância de manter as consultas regulares com o profissional dentista.

Isso porque um diagnóstico precoce é determinante para reduzir as chances de agravamento da doença e de minimizar suas consequências.

No consultório, por meio da anamnese, o odontólogo tem chances de avaliar os sintomas, higiene bucal, alimentação, histórico familiar, medicações e outros problemas de saúde.

Já a análise clínica possibilita avaliar o nível de sangramento gengival, o acúmulo de placa ou tártaro, a profundidade das cavidades na gengiva e se há algum comprometimento na estrutura dentária ou no tecido gengival.

Em alguns casos, também podem ser necessários exames radiográficos, para avaliar a perda óssea, ou até mesmo laboratoriais, como o teste de índice glicêmico.

Qual profissional dentista procurar

O mais recomendável é que, em caso de suspeita de periodontite, o paciente agende imediatamente uma consulta com um odontólogo especialista em periodontia.

Isso porque o periodontista é o profissional capacitado tanto no diagnóstico, quanto no tratamento das complicações no tecido de suporte dental.

Ele tem muito mais condições do que um cirurgião-dentista de realizar um exame mais minucioso para avaliar a estrutura dentária e o grau de infecção do tecido gengival.

Até porque, em alguns casos, o indivíduo precisará fazer acompanhamento profissional a cada seis meses com o especialista.

As terapias periodontais de suporte, por exemplo, visam o controle permanente do biofilme, bem como a manutenção do caso para evitar recidivas.

A periodontite tem cura?

Uma das principais dúvidas relacionadas à periodontite, também chamada de doença periodontal, é se essa infecção bacteriana tem cura.

A verdade é que isso vai depender muito do estágio da doença, da gravidade da situação e do avanço da infecção.

Conforme já pontuado, quanto mais cedo o diagnóstico for realizado, menores serão seus impactos e consequências na saúde bucal.

Todavia, é importante destacar que as complicações ocasionadas pela periodontite, como a perda óssea e o rompimento de ligamentos periodontais, são irreversíveis.

Isso significa que quando o tecido já se encontra degenerado, por exemplo, dificilmente é possível reconstruí-lo.

Neste caso, o tratamento é realizado com o objetivo de controlar o avanço da doença e não visando sua cura.

Por outro lado, se a infecção estiver controlada e for acompanhada regularmente, o paciente pode até realizar procedimentos estéticos como clareamento dental e colocação de lentes de contato ou facetas de porcelana.

As principais formas de tratamento

Profilaxia dentária remove a placa dentária e impede que a periodontite avance

Quando a periodontite é diagnosticada em seu estágio inicial, limpezas dentárias profundas costumam dar conta do recado.

Além de remover a placa bacteriana, a profilaxia pode ajudar a controlar a formação do biofilme.

A raspagem periodontal também costuma ser indicada para remoção mecânica do tártaro, seja isoladamente ou junto à cirurgia regenerativa, e do cálculo fixado na superfície dentária.

Em alguns casos, também costumam ser prescritos medicamentos como anti-inflamatórios e antibióticos.

Ou até mesmo bochechos com enxaguantes bucais antissépticos que, além de garantir hálito fresco, ajudam a prevenir doenças bucais.

Já em casos avançados, o paciente pode precisar passar por uma pequena cirurgia para remover o tártaro profundo e higienizar as áreas mais prejudicadas da gengiva e do osso.

Além de tratamento odontológico, muitas vezes essa patologia também demanda tratamento médico.

Como prevenir a doença periodontal

Algumas simples medidas podem ser determinantes para prevenir a doença periodontal. Confira algumas delas:

  • Manter uma boa higiene bucal, com ao menos três escovações por dia, sobretudo após as refeições.
  • Escolher uma escova de dentes adequada e realizar a escovação da forma correta, limpando todas as superfícies, de forma suave e sem pressa.
  • Utilizar o fio dental ao menos uma vez por dia, da forma correta, já que ele consegue alcançar os espaços entre os dentes onde a escova não chega.
  • Adotar uma dieta saudável e equilibrada, com o consumo de frutas, verduras e legumes e poucos alimentos com açúcar.
  • Evitar o consumo de alimentos que compõem a dieta cariogênica, principalmente com grande frequência, já que eles podem favorecer a formação da placa bacteriana.
  • Evitar fumar e consumir bebidas alcoólicas em excesso.
  • Visitar o consultório odontológico periodicamente, de preferência a cada seis meses.
  • Realizar a profilaxia dentária, mais conhecida como limpeza dos dentes, ao menos uma vez ao ano para remover a placa bacteriana e o tártaro acumulados.

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