DTM: Saiba tudo sobre as disfunções temporomandibulares da ATM

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10/03/2021 | Por: Odonto Busca Redação

Você sabe o que é ATM? Passa pela sua cabeça o significado de DTM? Talvez você não esteja familiarizado com estas siglas, mas elas são sinônimas de grandes incômodos e dores bastante comuns entre a população. A ATM nada mais é do que a articulação temporomandibular.

Ela faz a interligação da mandíbula com o crânio. A disfunção causada por ela, conhecida como DTM, ou seja, disfunção temporomandibular, pode gerar muita dor devido ao comprometimento da articulação da mandíbula e dos músculos ao redor.

A disfunção temporomandibular (DTM) é um termo que engloba alguns problemas clínicos envolvendo as articulações temporomandibulares (ATM), os músculos mastigatórios e as estruturas associadas à ATM.

Tais distúrbios têm sido uma das principais causas de dor de origem não dental na região orofacial e tem levado muitas pessoas a procurar a ajuda do dentista. Alguns estudos apontam que até 68,9% das pessoas pode apresentar algum sintoma de DTM ao longo da vida, sendo que, aproximadamente 15% vai necessitar de tratamento.

Por isso, este artigo traz os principais sintomas da DTM, como tratar e prevenir este distúrbio.

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ATM: Articulação temporomandibular

DTM: Disfunção temporomandibular

Vascular

Neurálgica

Articular

Muscular

Diagnóstico

Exames

Predisponentes

Determinantes

Perpetuantes

Principais sintomas

Tratamento

ATM: Articulação temporomandibular

As articulações temporomandibulares (ATM), juntamente com o sistema neuromuscular, a oclusão dentária e o periodonto, formam as unidades fisiológicas básicas que integram uma unidade biológica funcional do Aparelho Estomatognático (AE).

Além de outros atos parafuncionais, o AE é uma entidade fisiológica, funcional, definida e integrada por um conjunto heterogêneo de órgãos e tecidos, cuja biologia e fisiopatologia são interdependentes e envolvidos nos atos funcionais da fala, da mastigação e da deglutição de alimentos.

A ATM é constituída por duas superfícies convexas, recobertas por uma fibrocartilagem com movimentos livres de fricção, e o disco articular, que é o elemento de adaptação entre ambas. Logo, são três elementos básicos a formar a ATM: O côndilo do temporal (eminência articular), o disco e o côndilo mandibular.

Sendo assim, todos estes elementos trabalham de forma harmônica e contam com um sistema de proteção, que é provido por meio dos ligamentos intra e extra articulares, pelo liquido sinovial, responsável pela irrigação e nutrição do sistema neuromusculovascular. Estas articulações do AE englobam a ATM e a articulação dentária vinculada aos componentes de todo esse sistema.

A ATM tem como principal função servir de guia dos movimentos mandibulares. Seu sistema de proteção é dado em parte pela articulação dentária que, por sua vez, necessita da ATM para que seus contatos em movimentos sejam fisiologicamente aceitos por todos os elementos do sistema de suporte dental.

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DTM: Disfunção temporomandibular

Quase todos os problemas diagnosticados como DTM têm origem na ruptura do equilíbrio harmônico da ATM. Pois, qualquer fator que modifique alguns dos elementos básicos que compõem o sistema, sejam as articulações, os dentes, o sistema neuromuscular ou os ligamentos, influirá diretamente sobre os outros elementos, acionando todos os mecanismos protetores que o sistema possui para se adaptar. Logo, quando os mecanismos de adaptação não conseguem neutralizar os fatores patogênicos que afetam a articulação há o surgimento de um quadro de disfunção.

As disfunções temporomandibulares podem causar muita dor. Portanto, as dores crônicas, aquelas que chegam e se instalam por longos períodos de tempo, devem ser investigadas para identificação e tratamento do problema. Basicamente, há quatro tipos de dor que podem estar diretamente ligadas às DTMs. Saiba mais sobre elas:

Vascular

As dores de origem vascular são mais comuns na região do crânio. São identificadas como a arterite temporal e a famosa enxaqueca. Quem sofre de enxaqueca sabe bem o quão ruim elas podem ser. Elas têm características bem definidas: a dor é unilateral e periódica, ocorrendo sempre na mesma hora e de forma regular.

Geralmente, quem sente enxaqueca a descreve como uma dor profunda no osso parietal e na zona posterior do olho; e que também pode vir acompanhada de entupimento nasal e sudorese facial.

Geralmente, as crises de enxaqueca duram entre trinta e quarenta minutos, e acometem mais os indivíduos do sexo masculino, entre 30 e 50 anos. Já a arterite temporal é causada por um processo inflamatório ao nível da artéria temporal superficial e a dor se localiza em uma zona mais baixa do que a dor das enxaquecas.

Diferentemente das enxaquecas, a dor da arterite temporal não é periódica e vem acompanhada de uma queda no estado geral de saúde, com perda de peso, inapetência, febre e muita sensibilidade no couro cabeludo na zona temporal.

Neurálgica

As dores neurálgicas, também chamadas de neurológicas, podem ter origem nas ramificações nervosas relacionadas à área crânio-cérvico-facial. Sendo assim, a sua principal característica é o seu desencadeamento repentino e intenso, sem periodicidade definida.

Comumente, as neuralgias se originam por compressão traumática das terminações nervosas. As três principais neuralgias associadas ao sistema estomatognático, que engloba as ATMs, são as trigeminais, as glossofaríngeas e as cervicoocciptais.

Articular

As dores articulares têm como causas três motivos principais: traumatismos, infecções ou tumores. Um traumatismo agudo normalmente vem acompanhado de edema intra-articular, micro hemorragias e dor. Também pode aparecer na forma de microtrauma, que é um tipo de traumatismo que ocorre gradualmente e de forma contínua.

Geralmente, sse tipo de dor tem origem oclusal que causam graus distintos de deslocamento, o qual produz uma compressão das terminações nervosas, causando a dor. Assim, como este tipo de dor é gradual, não costuma ser muito forte.

Ou seja, seu principal efeito é a remodelação articular, o que, ocasionalmente, leva à uma artrite com reabsorção das corticais articulares. Geralmente, estas osteoartrites são unilaterais e acompanhadas de crepitação com limitação e desvio nos movimentos de abertura.

Muscular

Dor, espasmo, dor. Este é o ciclo gerado pela dor muscular. Aqui, o músculo responde a dor com uma contração isométrica do músculo, ou seja, o espasmo. Também, o espasmo muscular gera acúmulo de ácido láctico, o que, por sua vez, aumenta a dor que resulta em um novo espasmo muscular. Sendo assim, é justamente esse aumento da tensão muscular a causa mais comum dos problemas relacionados à ATM.

Embora o paciente possa ter diferentes problemas na ATM, enquanto não houver um aumento de tensão como consequência de uma hiperatividade, não haverá dor muscular ou articular. Sendo assim, em um músculo com espasmo, há zonas de maior concentração de dor, que são chamadas de trigger points (pontos de gatilho), cuja estimulação pode levar a dor referida em áreas remotas ao ponto de palpação.

Diagnóstico

Pode-se afirmar que, durante o diagnóstico de uma DTM, observa-se sintomas na ATM a nível muscular, ligamentar e nos dentes, mas todos eles terão a dor como denominador comum. Portanto, deve-se averiguar a origem da dor para se chegar a um diagnóstico diferencial correto. Ou seja, esse diagnóstico preciso será fundamental para regatar a qualidade de vida da pessoa acometida pela DTM.

Comumente, pacientes com desordens crônicas são frequentemente afetados por uma variedade de condições de comorbidade psicológicas e comportamentais, tais como a redução da qualidade de vida e os transtornos do sono, entre outros. Além de fatores biomecânicos.

Por exemplo: oclusão dental e bruxismo. Também há de se incluir, aqui, os fatores psicológicos, tais como o estresse e a depressão, que têm sido amplamente relacionados com as DTMs, especialmente as desordens crônicas.

Exames

Logo, para chegar ao diagnóstico correto é necessário passar por quatro pontos fundamentais: histórico clínico do paciente, exame clínico, exame radiológico da ATM e cérvico-craniano e exame oclusal. Geralmente, em uma primeira consulta é possível levantar a história clínica do paciente e até mesmo realizar o exame clínico, o qual inclui os dentes, articulações, sistema neuromuscular e ligamentos.

Sendo assim, são observados: a amplitude de abertura bucal, os desvios nos movimentos de abertura e protrusão, a dor à palpação dos músculos, o controle de cefaleias e a magnitude do espaço livre interoclusal. Deste modo, para o exame das ATMs, é importante avaliar a presença de dor à palpação e auscultação. Também, é importante que se avalie o sistema dentário, observando a discrepâncias e a presença de facetas parafuncionais.

A análise oclusal sobre modelos montados em aparelhos articuladores também podem ser úteis para avaliação e diagnóstico. Sendo assim, uma vez completada a etapa de diagnóstico, os clínicos deverão ser capazes de saber se o problema é articular, oclusal, muscular ou crânio-cervical, ou mesmo uma combinação de alguns deles. Logo, estes problemas são classificados em alterações reversíveis, alterações parcialmente reversíveis e alterações irreversíveis.

Além disso, para estabelecer um diagnóstico preciso das DTMs, deve-se considerar, ainda, o sexo, a estrutura esquelética, a nutrição, a postura, a oclusão, o limiar de dor, as alterações emocionais, o estresse, os traumas, os distúrbios de sono e o bruxismo. Pois, estes são fatores que influenciam diretamente no resultado do tratamento, podendo divididos pelos fatores predisponentes, determinantes e perpetuantes. Conheça cada um deles.

Predisponentes

São queles que indicam predisposição do paciente ao risco de DTM ou de desenvolvimento de dor orofacial. Sendo assim, incluem fatores biomecânicos, genéticos e psicológicos.

Determinantes

Diz-se daqueles que causam o início da desordem, podendo ser classificados em macrotraumas ou microtraumas.

Perpetuantes

Estes interferem no tratamento e no controle das DTMs. São eles: fatores hormonais ou psicossociais associados com qualquer fator determinante ou predisponente.

Principais sintomas

Logo, como podemos ver, o diagnóstico da Disfunção Temporomandibular é bastante complexo. Mas, alguns sintomas ou problemas podem indicar que é hora de procurar o dentista para obter ajuda. São eles:

  • Dificuldade para abrir, fechar a boca ou mastigar alimentos
  • Estalos durante a movimentação da mandíbula
  • Inchaços no rosto
  • Dores de cabeça, ouvido ou localizadas na região do maxilar
  • Zumbidos
  • Desgastes nas articulações temporomandibulares em decorrência do envelhecimento, traumas e impactos
  • Artrite das articulações temporomandibulares
  • Bruxismo
  • Tensões musculares
  • Estresse

Tratamento

Conclui-se que o melhor tratamento para as DTMs deverá ser definido pelo dentista, após todos os exames citados. Apesar disso, alguns casos poderão envolver outros profissionais de saúde. Os tratamentos mais comuns indicados para as DTMs incluem:

  • Uso de analgésicos, relaxantes musculares e sedativos
  • Uso de técnicas de relaxamento
  • Intervenção cirúrgica para a remoção de tecidos inflamados, reparação das articulações e/ou lavagem do espaço articular
  • Fisioterapia

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