A palavra cirurgia costuma causar medo em muitas pessoas. E quando se trata da cirurgia de extração do siso, a situação não é diferente.
Por mais que ela possa causar alívio para quem está sentindo os incômodos do nascimento do siso, são muitas as perguntas que motivam todo esse receio.
“Será que vai doer, sangrar ou ficar inchado?”, “a cirurgia é demorada?”, “vou precisar ficar muito tempo de repouso?”, “corro o risco de ter algum tipo de infecção após a cirurgia?” são algumas delas.
O que muitos não sabem é que, se realizada no momento certo e da forma correta, o processo pode se tornar muito mais simples, fácil e rápido.
Continue lendo este artigo para saber as respostas dessas e de outras perguntas relacionadas à remoção dos sisos.
- O melhor momento para se pensar na extração do siso
- Fatos importantes sobre o dente siso
- Em quais casos a cirurgia de extração do siso é indicada
- Quanto tempo dura o procedimento cirúrgico
- Como a cirurgia acontece na prática
- Os cuidados após a extração do siso
- A cirurgia de extração do siso pode gerar complicações?
O que você vai conferir!
O melhor momento para se pensar na extração do siso
Engana-se quem pensa que é preciso esperar todos os dentes sisos nascerem ou até mesmo sentir dor para procurar um profissional dentista e agendar a cirurgia de extração.
O recomendável é que a partir dos 15 anos, aproximadamente, o adolescente já comece a monitorar o nascimento desses dentes.
Isso pode ser feito nas consultas odontológicas de rotina, por meio do exame clínico e de radiografias.
Por meio desse acompanhamento, o profissional terá condições de avaliar o melhor momento para a remoção dos sisos e, sobretudo, evitar complicações.
Muitos especialistas defendem, inclusive, que o procedimento cirúrgico pode se tornar ainda mais simples e fácil quando realizado na faixa etária dos 16 aos 19 anos.
Isso porque, além da raiz não estar totalmente formada nessa idade, o osso é mais maleável e a recuperação costuma ser mais rápida.
Vale ressaltar que a cirurgia de extração do siso pode ser feita nesta idade independente se houver ou não a erupção do dente. No decorrer deste artigo, iremos contar como isso é possível.
Fatos importantes sobre o dente siso
Antes de abordarmos todos os detalhes sobre a cirurgia de extração de siso, é importante destacar alguns fatos sobre esses dentes.
Os sisos nascem normalmente na faixa etária dos 16 aos 21 anos e, por isso, são conhecidos por dentes do juízo.
Apesar disso, terceiro molar é sua terminologia correta. Eles são os últimos dentes a nascerem e ocupam o último lugar na nossa arcada dentária.
O mais comum é nascerem quatro dentes sisos, sendo dois na arcada superior e dois na arcada inferior.
Mas existem pessoas que não possuem um, dois ou até mais sisos. É o caso de quem já nasce sem o germe do dente, o que impossibilita seu desenvolvimento.
Também existem situações em que o siso não pode ser visto a olho nu (incluso) ou nasce apenas parcialmente (semi-incluso).
A falta de espaço na arcada dentária é um dos fatores que justificam este cenário.
Em quais casos a cirurgia de extração do siso é indicada
Antigamente, o dente siso exercia um importante papel na mastigação.
Mas, com a evolução humana, dos padrões alimentares e até da odontologia, essa realidade mudou e ele acabou perdendo esta função.
É por isso que alguns profissionais já recomendam a extração do siso assim que o primeiro dente do juízo surge ou até mesmo antes deles aparecerem.
Além da falta de utilidade, é uma forma de evitar dores, incômodos e inflamações que podem surgir juntamente com o desenvolvimento do siso.
Outra questão que merece destaque é a falta de espaço suficiente na arcada dentária para seu nascimento.
O que pode acabar causando o empurramento dos dentes vizinhos e, consequentemente, alterações em seu alinhamento, conforme acreditam alguns especialistas.
A extração do siso também costuma ser indicada pela dificuldade em manter uma higienização adequada no local, em virtude do seu difícil acesso.
Isso porque tende a contribuir para o acúmulo de placa bacteriana e para o desenvolvimento de cárie, doenças periodontais e até mesmo infecções.
O mesmo vale para os casos em que os terceiros molares estão inclusos ou semi-inclusos.
A extração do siso pode ser determinante na prevenção de lesões no tecido, perda óssea, bem como traumas, cáries e dores nos segundos molares.
A indicação da cirurgia também se estende às pessoas que relatam alterações na fala ou na mordida e dores em outras partes do rosto, como ouvido, por conta dos sisos.
Quanto tempo dura o procedimento cirúrgico
Primeiramente, é importante destacar que a extração do siso deve ser realizada, preferencialmente, com um profissional dentista especialista em Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial.
De forma geral, este é um procedimento cirúrgico simples e rápido, apesar de temido por muitos. Mas tudo vai depender, de fato, da complexidade do caso.
É preciso considerar a idade do paciente, quantos dentes serão extraídos, em que posições estão, se já nasceram ou não, se estão causando algum tipo de incômodo, entre outras questões.
Essa avaliação é feita pelo profissional dentista na consulta anterior à cirurgia, por meio de anamnese, exame clínico e raio-x.
Geralmente, a cirurgia não passa de uma hora, mas existem casos mais fáceis em que são necessários apenas dez minutos para a extração.
Como a cirurgia acontece na prática
Antes da cirurgia, o odontólogo irá repassar os cuidados pré-operatórios que devem ser tomados em relação à alimentação, medicação e outros hábitos.
No dia, o profissional dentista inicialmente aplica uma anestesia local na região do dente siso que será extraído. A sensação de dormência dura cerca de uma hora.
Em seguida, uma incisão na gengiva é realizada e a pele é deslocada para que seja possível visualizar o terceiro molar em questão.
Uma espécie de alavanca é encaixada entre o dente e o osso para amolecer e levantar o siso. Depois, o profissional dentista utiliza um fórceps dentário para retirar o dente da boca.
No caso dos dentes sisos inclusos, a parte do osso que recobre o dente é removido primeiro e somente depois é que o siso é retirado.
Há casos, inclusive, em que o dente precisa ser quebrado e retirado em partes. Mas não há com o que se preocupar, pois este é um cenário esperado em casos mais complexos.
Lembrando que é possível extrair os quatro dentes sisos de uma única vez, independente se houve ou não a erupção de todos eles. Isso vai depender da habilidade do profissional e da complexidade do caso do paciente.
Assim que as extrações são concluídas, o odontólogo realiza as suturas, os famosos pontos. Normalmente, o paciente retorna ao consultório em sete dias para retirá-los.
Mas alguns profissionais utilizam fios reabsorvíveis, que não demandam esta necessidade, pois o próprio organismo os absorve.
Os cuidados após a extração do siso
O pós-operatório da cirurgia de extração do siso costuma ser tranquilo. Mas cuidados especiais são necessários para garantir a boa recuperação do paciente.
Alguns cirurgiões-dentistas recomendam repouso absoluto nas primeiras 48 ou 72 horas. Se o paciente exerce alguma função que envolve esforço físico ou que precisa conversar muito, esse tempo pode ser prolongado.
Confira algumas simples medidas que podem ajudar a reduzir o desconforto e evitar complicações:
-Para evitar dores e possíveis infecções, é importante seguir à risca as recomendações do dentista em relação às medicações. Principalmente não pular ou alterar horários.
-A alimentação deve se concentrar em alimentos líquidos e pastosos, frios ou em temperatura ambiente, para não comprometer a cicatrização.
-O sorvete é a parte mais celebrada pelas pessoas que passam pela cirurgia de extração do siso. Ele é sim liberado, mas é preciso reforçar a higiene bucal.
-Nas primeiras 24 horas, principalmente, é aconselhável investir nas compressas com gelo na bochecha para aliviar o inchaço e a dor.
-O paciente também pode utilizar gaze na região para controlar o sangramento, desde que seja trocada com frequência.
-Nos dois ou três primeiros dias também é aconselhável que o paciente evite bochechar e cuspir e conversar somente o necessário.
-Pode ser que algum antibiótico também seja prescrito, portanto, bebidas alcoólicas devem ser evitadas.
-O mesmo vale para o cigarro, já que ele pode acabar aumentando os riscos de inflamações e infecções por conta de suas substâncias tóxicas.
-Por mais que a região esteja dolorida, a higiene bucal não pode ser deixada de lado. Basta escovar suavemente e cuidadosamente o local.
-Também é recomendável evitar atividades físicas e grandes esforços, sobretudo na primeira semana.
-O retorno ao consultório odontológico deve acontecer em uma semana para que o profissional dentista retire os pontos e acompanhe o processo de cicatrização.
Lembrando que o mais importante é seguir as recomendações repassadas pelo profissional dentista que realizou a intervenção.
A cirurgia de extração do siso pode gerar complicações?
Conforme mencionado anteriormente, apesar de ser relativamente simples, a cirurgia de extração do siso não deixa de ser um procedimento cirúrgico.
A maioria dos pacientes que passa por este tipo de intervenção não costuma apresentar sérias complicações.
Contudo, isso vai depender de uma série de fatores. Principalmente, como foi a cirurgia, o estado de saúde do paciente e se ele seguiu os devidos cuidados no pós-operatório.
O mais comum é que apareçam sintomas leves, como edemas e pequenos sangramentos, que podem ser facilmente contornados com compressa de gelo e gaze.
Dores também podem surgir, inclusive se o paciente não estiver seguindo corretamente as recomendações do profissional dentista em relação à medicação.
Alguns pacientes ainda costumam relatar dificuldade de abrir a boca. Essa disfunção leva o nome de trismo e é ocasionada por uma contração prolongada dos músculos da mastigação. Geralmente, a situação melhora em até 10 dias após a cirurgia.
Outra ocorrência usual é o mau hálito, já que além do sangue, existe uma dificuldade para realizar a escovação. E manchas roxas no rosto, quando a cirurgia foi muito invasiva ou o paciente tem uma pele muito sensível.
O risco de infecção, apesar de pequeno, também existe após a cirurgia de extração do siso. Sobretudo em pessoas com baixa imunidade ou alguma outra doença.