01/02/2021 | Por: Odonto Busca Redação
Quando pensamos em um sorriso bonito, pensamos logo nos dentes. Eles são as estrelas do pedaço, mas fique sabendo: Não há sorriso bonito sem uma gengiva saudável. Aliás, não há saúde bucal sem gengivas saudáveis. A gengiva é um tecido epitelial bastante vascularizado que reveste os ossos.
Ela desempenha papel extremamente importante para dar sustentação aos dentes. Portanto, é preciso cuidar bem delas para evitar uma gama de doenças conhecidas como periodontais. Neste artigo você conhecerá que doenças são essas, como preveni-las e trata-las. Fique por dentro:
O que são as doenças periodontais
Conheça as principais causas das doenças periodontais
Maioria dos adultos já teve ou tem doenças periodontais
Conheça as principais causas das doenças periodontais
Combatendo as bactérias
A evolução das doenças periodontais
A placa bacteriana
Para cada pessoa, uma evolução diferente
Atenção aos sintomas
Fatores de risco
Prevenção e tratamento
Formas mais graves das doenças periodontais
Para não esquecer
O que você vai conferir!
O que são as doenças periodontais
Falando resumidamente, as doenças periodontais são, basicamente, o resultado de infecções e inflamações das gengivas e dos ossos que circundam e sustentam os dentes. Pode-se dizer que as doenças periodontais são a evolução das gengivites, que é quando as gengivas apresentam inchaço, vermelhidão e sangramento quando em escovação ou mastigação.
Em sua forma mais grave, a gengivite é chamada de periodontite. Ocasionalmente, a gengiva pode se soltar do dente, com imenso prejuízo para o osso e, em consequência, os dentes podem ficar soltos ou até mesmo caírem. Funciona assim: A infecção destrói o osso que sustenta os dentes no lugar. A erosão causa o enfraquecimento das fixações que mantêm os dentes e solta-os. Um dente afetado pode ter de ser extraído.
Maioria dos adultos já teve ou tem doenças periodontais
Esse tipo de doença é mais comum na idade adulta e, ao lado da cárie, forma a maior ameaça à saúde bucal. E os números são estarrecedores: Cerca de 99% da população adulta têm algum tipo de doença periodontal, a gengivite ou a periodontite, segundo revelava já em 2019 o Boletim da Saúde Bucal, produzido pela Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo (USP).
Apesar de atingir sobretudo as pessoas na idade adulta, a periodontite pode afetar pessoas de qualquer idade, inclusive crianças pequenas. Algumas pessoas têm gengivite grave por anos sem que desenvolvam a periodontite. Já outras podem desenvolver periodontite quando jovens (de 20 a 30 anos) sem ter desenvolvido alguma gengivite significativa antes. Nos adultos e nos idosos, a doença é a principal responsável pela perda dos dentes.
Conheça as principais causas das doenças periodontais
As doenças que envolvem a gengiva têm como principal causa a má higiene bucal. Talvez por isso, o Brasil tenha um índice elevado de pessoas atingidas por estas doenças, uma vez que os investimentos em saúde pública quase sempre foram escassos e quase nunca preventivos. Culturalmente falando, o brasileiro não aprendeu a cuidar dos dentes de forma preventiva.
A má higiene bucal leva à proliferação de bactérias na boca. Elas infectam o tecido ao redor do dente, sendo responsáveis por causar inflamações as inflamações no tecido ao redor deles. Pronto! Está instalado um cenário extremamente propício para o desenvolvimento das doenças periodontais.
Combatendo as bactérias
É aí que a escovação e o uso adequado do fio dental fazem a diferença. Eles desorganizam as bactérias e descontroem o trabalho de formação de placas.
Mas se isso não ocorre da forma e com a frequência esperada, elas ficam à vontade formando uma película chamada placa (uma substância composta principalmente de bactérias, saliva, restos de alimentos e células mortas que são depositados continuamente nos dentes).
A evolução das doenças periodontais
O dente saudável, sem a correta higienização, acumula placa bacteriana, que pode se transformar em uma gengivite e evoluir para uma doença periodontal.
Essa película evolui e, eventualmente, se transforma em uma camada mais dura chamada de tártaro ou de cálculo (placa endurecida). O acúmulo de tártaro forma bolsas entre os dentes e as gengivas, as quais podem se espalhar abaixo da linha da gengiva, entre a raiz do dente e o osso subjacente, tornando a limpeza dos dentes ainda mais difícil.
Essas bolsas agrupam placas em um ambiente pobre em oxigênio, o que promove o crescimento de formas mais agressivas de bactérias, sobretudo, em pessoas com determinadas suscetibilidades do sistema imunológico.
Quando isso ocorre, somente o dentista conseguirá remover o tártaro em uma limpeza profissional realizada em consultório. Daí a importância das visitas regulares ao dentista para interromper o processo da doença periodontal.
A placa bacteriana
A placa bacteriana e as bactérias são responsáveis por causar uma inflamação crônica que acaba por danificar o tecido e o osso que segura os dentes.
Se a doença continuar, o desgaste do osso pode ser tão grande que o dente pode ser tornar frouxo e as gengivas retraídas. Pessoas acometidas por doenças periodontais começam a perder os dentes geralmente por volta dos 40 anos de idade.
Para cada pessoa, uma evolução diferente
Vale notar que, o grau de desenvolvimento da periodontite difere consideravelmente, inclusive entre pessoas com quantidades semelhantes de tártaro.
Isso ocorre porque a placa de cada pessoa contém tipos e quantidades diferentes de bactérias, e porque a periodontite resulta da resposta do sistema imunológico exclusivo de uma pessoa às bactérias na placa.
A periodontite pode causar surtos de atividade destrutiva que duram meses, seguidos de períodos em que a doença, aparentemente, não é prejudicial. Em pessoas com fatores de risco, ela pode, ainda, se desenvolver muito rapidamente, levando mais rapidamente à perda dos dentes caso não haja uma ação igualmente rápida.
Para diagnosticar corretamente a periodontite, o dentista examina os dentes e mede a profundidade das bolsas nas gengivas com uma sonda fina. Além disso, são tiradas radiografias para verificar quanto osso foi perdido.
Atenção aos sintomas
Quando o perigo ameaça comprometer a saúde da boca, esta emite sinais de alerta. Geralmente, a periodontite não causa dor, a menos que uma infecção, como um acúmulo de pus se forme em uma bolsa (abscesso), os dentes se afrouxem o suficiente para mover-se durante a mastigação, ou caso a pessoa tenha periodontite causada por HIV. Conheça outros sintomas das doenças periodontais:
- Gengivas vermelhas (a cor é brilhante, viva)
- Pontinho avermelhados
- Mau hálito ou gosto ruim contínuo
- Inchaço nas gengivas
- Gengivas doloridas
- Sangramento das gengivas
- Mastigação dolorosa
- Projeção dos dentes anteriores para fora
- Dentes soltos
- Dentes sensíveis
- Gengivas que se soltaram dos dentes
- Qualquer mudança na oclusão dentária, ou seja, na forma como os dentes se encaixam quando se fecha a mordida
- Qualquer alteração no ajuste de próteses parciais
Fatores de risco
Além da má higienização, o que inclui uma escovação, inexistente ou ineficiente, e a falta do uso de fio dental da maneira e com a frequência esperadas, outros fatores podem aumentar o risco de o indivíduo desenvolver alguma doença periodontal. Abaixo uma lista com os principais fatores que aumentam o risco de doença periodontal:
O tabagismo é um dos fatores de risco para as doenças periodontais.
- Tabagismo
- Diabetes
- Deficiência de Vitamina C (escorbuto)
- Má higiene oral
- Distúrbios emocionais
- Estresse
- Doença de Crohn
- Leucopenia
- Síndrome de Down
- Hereditariedade
- Dentes tortos
- Imunodeficiências subjacentes como, por exemplo, a AIDS
- Tomar medicamentos que causam boca seca
- Pontes que não se encaixam mais corretamente
- Alterações hormonais femininas, as quais podem acometer a mulher durante a gravidez ou durante o uso de anticoncepcionais orais.
Talvez você queira saber mais sobre gengivite gravídica e suas complicações.
Prevenção e tratamento
Uma boa higiene bucal é imprescindível para recuperar a saúde das gengivas.
A principal causa da gengivite e da periodontite é a má higiene oral. Por conseguinte, a prevenção se dá justamente por meio de uma boa higiene bucal. Aliás, o tratamento se dá da mesma forma.
O conjunto de esforços rotineiros, tais como, escovar os dentes, passar o fio dental, limpar a língua, aliado à ida regular ao dentista é a principal forma de prevenção e de tratamento das doenças periodontais.
No consultório do dentista, a limpeza é profunda e determinante para o sucesso da periodontite. As pessoas com boa higiene oral podem limpar somente 2 a 3 mm abaixo da linha da gengiva. No entanto, os dentistas conseguem limpar as bolsas até 6 a 7 mm de profundidade, por meio da utilização de um raspador e de uma escova de raízes, que retira a fundo o tártaro e a superfície doente da raiz.
Também é indicado o tratamento de fatores de risco, tais como diabetes e tabagismo. O tratamento dos fatores de risco aumenta o sucesso do tratamento da periodontite pelo dentista.
Vale dizer que, em alguns caso, a cirurgia e a extração do dente poderão ser indicados. Eventualmente, o dentista receitará o uso de antibióticos para o tratamento das doenças periodontais.
Formas mais graves das doenças periodontais
As formas mais graves das doenças periodontais também podem ser tratadas com sucesso, mas podem exigir um tratamento mais demorado. Esse tratamento pode incluir limpeza profunda das superfícies da raiz do dente abaixo da gengiva, medicamentos prescritos para administração oral ou colocados diretamente sob a gengiva e, às vezes, até mesmo uma cirurgia corretiva.
Para não esquecer
Para ajudar a prevenir ou controlar as doenças periodontais, é importante aprender os seguintes hábitos:
Escovar os dentes e usar o fio dental todos os dias para remover as bactérias que causam doenças gengivais.
Consultar um profissional dentista pelo menos uma vez por ano para exames rotineiros ou com mais frequência se tiver algum dos sinais de alerta ou fatores de risco já mencionados neste artigo.
