O nascimento e o desenvolvimento dos dentes são processos que, mesmo naturais, geram muita expectativa. Apesar de os pais ou responsáveis se apegarem mais as fases em que o dente nasce e cai, existem muitas outras etapas por trás disso, como é o caso da rizólise e rizogênese.
Neste artigo você vai entender no que consiste cada uma delas, como elas acontecem e, principalmente, de que forma a rizólise e rizogênese são importantes para a manutenção da saúde bucal. Veja tudo que será abordado sobre o assunto:
Rizólise e rizogênese: o que elas têm em comum?
Erupção e esfoliação dentária
Quando acontecem a erupção e a esfoliação dentária
Agora sim, entenda o que é rizólise
Causas e consequências de atrasos na rizólise
O que é a rizogênese
Até quando a rizogênese acontece?
Rizogênese incompleta: o que fazer?
Cuidando da raiz dentária, mesmo após a rizólise e rizogênese
O que você vai conferir!
Rizólise e rizogênese: o que elas têm em comum?
Os termos rizólise e rizogênese se referem a fenômenos naturais relacionados à raiz dentária.
O primeiro diz respeito aos dentes decíduos, popularmente conhecidos como dentes de leite. Enquanto o segundo se refere aos dentes permanentes.
Esses dois processos são de fundamental importância para que a formação dentária aconteça conforme o esperado.
Quando algum deles ocorre de forma incompleta, pode apresentar riscos para a saúde bucal. O que demanda a necessidade de intervenção profissional.
Erupção e esfoliação dentária
Mas antes de abordarmos o que significa rizólise e rizogênese e explicar como elas acontecem, é importante falarmos sobre a erupção e a esfoliação dentária.
Erupção dentária: entenda quando e de que forma acontece
Entenda o papel da esfoliação dentária na troca dos dentes
Apesar desses processos fazerem naturalmente parte das nossas vidas, a maioria de nós não os conhecemos por esses nomes e muito menos entendemos como eles acontecem de fato.
O termo erupção é o mais familiar deles. Diz respeito ao período de nascimento dos dentes. Em contrapartida, o que muitos chamam de queda, na odontologia é conhecido por esfoliação.
O que a maioria desconhece é que, após a erupção, um outro processo precisa acontecer para possibilitar a esfoliação e dar espaço para os dentes permanentes.
É o que abordaremos logo mais.
Veja também: Dente de leite: Do nascimento até a troca pelos permanentes
Quando acontecem a erupção e a esfoliação dentária
A dentição decídua é composta por 20 dentes, sendo 10 na arcada dentária superior e 10 na inferior. Confira uma previsão de quando eles costumam erupcionar e esfoliar:
- Incisivos: erupção entre 6 e 8 meses (centrais e laterais inferiores) e entre 8 e 11 meses (superiores); esfoliação entre 6 e 7 anos (centrais inferiores e superiores) e entre 7 e 8 anos (laterais superiores e inferiores)
- Primeiros molares: erupção aos 16 meses (superiores e inferiores) e esfoliação entre 9 e 11 anos de idade (superiores e inferiores)
- Caninos: erupção entre 16 e 18 meses (superiores) e 17 meses (inferiores); esfoliação entre 9 e 12 anos
- Segundos molares: erupção aos 18 meses (inferiores) e entre 24 e 29 meses (superiores); esfoliação entre 10 e 12 anos de idade
Lembrando que a cronologia da dentição possui algumas variações e que esse processo é individual, ou seja, pode variar de criança para criança.
Isso significa que seu filho pode fugir um pouco do intervalo esperado e ainda assim isso não indicar qualquer anormalidade.
Veja também: Como arrancar dente de leite da forma correta
Agora sim, entenda o que é rizólise
Conforme mencionado anteriormente, entre a erupção e a esfoliação dentária, um outro processo acontece: a reabsorção radicular.
Quando ocorre dentro da normalidade, é caracterizado como rizólise. Esse fenômeno inicia cerca de três a quatro anos antes dos dentes decíduos “caírem”.
E acontece de forma gradativa, inclusive com alguns intervalos, destruindo os tecidos dentários duros e moles. Isso até que o dente sofra a esfoliação e abra espaço para o seu sucessor.
Portanto, a rizólise fisiológica também é um requisito para a erupção normal dos dentes permanentes.
É exatamente por isso que nós não vemos a raiz quando o dente de leite cai. Não porque ela não exista, mas porque sofreu a rizólise.
Esse processo pode ser desencadeado pela pressão ocasionada pela erupção do dente permanente.
Mas também influenciada pelo crescimento da face e dos ossos maxilares e ação dos músculos, na mastigação.
Causas e consequências de atrasos na rizólise
Por outro lado, fatores sistêmicos e locais podem ocasionar o atraso da rizólise e, consequentemente, impactar na cronologia da erupção dos dentes.
Tais como doenças endócrinas, paralisia cerebral, má nutrição e resistência à vitamina D. Bebês prematuros também apresentam uma certa tendência.
O mesmo acontece por perda precoce dos dentes de leite, erupção tardia, dentes supranuméricos, ausência do dente permanente sucessor, entre outros.
Conforme mencionado anteriormente, uma leve variação na cronologia pode ser considerada normal.
Contudo, ao perceber um atraso fora do esperado, é preciso consultar o profissional dentista a respeito a fim de investigar o fator etiológico e definir o melhor tratamento.
Isso porque o atraso da rizólise pode causar complicações na formação dos dentes permanentes, prejudicando inclusive seu posicionamento e alinhamento.
Em casos de rizólise parcial, costuma ser indicado extrair o dente, mesmo que ele não esteja amolecido, para dar espaço para o permanente erupcionar e não causas complicações.
O que é a rizogênese
Já a rizogênese é o processo de formação da raiz dentária dos dentes permanentes.
É um fenômeno essencial para garantir a saúde e funcionalidade da raiz, cujo papel é fixar os dentes na gengiva, no maxilar e na mandíbula.
Além disso, quando o processo de rizogênese acontece por completo, ele contribui com a estética dos dentes e garante uma boa aparência para o indivíduo.
Para ser considerado completo, o ápice radicular dentário deve estar formado e fechado. Estima-se que isso aconteça de três a cinco anos após a erupção do dente, conforme apresentaremos adiante.
Lembrando que a raiz do dente é formada pela polpa sensorial e pela dentina, que são cobertas pelo cemento.
Em contrapartida, quando a raiz apresenta alguma alteração, pode significar comprometimento de toda a estrutura dentária.
Até quando a rizogênese acontece?
Na fase de nascimento dos dentes, é muito comum que os pais busquem na internet aquelas tabelas com previsões cronológicas de quando cada dente costuma erupcionar.
Inclusive para ficar mais fácil de acompanhar se a criança está no ritmo esperado. E, se não, procurar ajuda profissional a tempo.
No caso da rizogênese, também existe uma previsão de quando esse processo costuma chegar ao fim.
Geralmente acontece aos 9 ou 10 anos de idade, nos incisivos centrais e nos primeiros molares; e aos 10 ou 11, nos incisivos laterais.
Nos primeiros pré-molares, o término da rizogênese está previsto para os 12 ou 13 anos de idade, enquanto nos terceiros molares costumam acontecer entre os 18 e 25 anos de idade.
Já os demais elementos dentários apresentam uma variação entre superiores e inferiores.
Nos caninos, por exemplo, a rizogênese dos dentes superiores termina entre os 13 e 15 anos de idade e a dos inferiores entre os 12 e 14 anos de idade.
Nos segundos pré-molares, esse processo costuma terminar entre os 12 e 14 anos, quando nos referimos aos superiores, e entre 13 e 15, quando se trata dos inferiores.
Por fim, a rizogênese dos segundos molares superiores se encerra entre 13 e 16 anos e a dos inferiores aos 14 ou 15 anos de idade.
Rizogênese incompleta: o que fazer?
Quando a raiz não completa sua formação, ou seja, quando o ápice radicular dos dentes não se desenvolve por completo, esse processo é intitulado rizogênese incompleta.
Neste caso, os dentes também não apresentam a dentina envolvida com o cemento.
Pode ser recomendado que o paciente passe por uma apicificação, tratamento endodôntico que também costuma ser indicado para quem tem necrose pulpar.
Por meio de medicações intracanal de hidróxido de cálcio, o procedimento visa fechar o ápice dos dentes.
Traumas e cáries também podem ocasionar a rizogênese incompleta.
Neste caso, pode acontecer de o dente permanente necrosar, mesmo jovem, assim como apresentar fístula vestibular e sensibilidade dolorosa.
Outra opção de tratamento, sobretudo neste caso, é a terapia endodôntica regenerativa, também conhecida por revascularização pulpar.
O objetivo é criar um anteparo para que seja possível realizar uma restauração de forma adequada.
Cuidando da raiz dentária, mesmo após a rizólise e rizogênese
Agora que você sabe o que é rizólise e rizogênese, dá para ter uma noção sobre o papel e a importância da raiz dentária para a saúde bucal.
Portanto, mantê-las saudáveis e protegidas significa evitar problemas como exposição das raízes, sensibilidade dentária, doenças gengivais e até perda óssea.
Por isso, é preciso investir na rotina diária de cuidados bucais. A começar pela escolha de uma escova de dente adequada.
A escovação deve ser realizada ao menos três vezes por dia, após as refeições, com movimentos leves e circulares.
O fio dental também deve ser utilizado diariamente para retirar os restos de alimentos e evitar a formação da placa bacteriana. Enxaguantes bucais também podem ser adotados para reforçar a higienização.
Além disso, é extremamente importante cuidar da alimentação, evitando alimentos que integram a dieta cariogênica.
E manter as visitas regulares ao consultório odontológico, com a realização da limpeza dental profissional semestralmente. Cuidados que também são importantes na rizólise e rizogênese.