Os perigos da gengivite: entenda o que causa e como prevenir

A gengivite pode ser resumida como uma inflamação das gengivas, causada por algum tipo de infecção bacteriana. Ela é extremamente comum e acomete um a cada quatro adultos no mundo, segundo estimativa da Organização Mundial de Saúde (OMS).

Entretanto, esta inflamação pode não ser tão inocente. A gengivite desencadeia uma série de problemas e pode levar, inclusive, à perda dos dentes. Aliás, estima-se que cerca de 15% a 20% da população com gengivite pode sofrer uma progressão para um tipo mais severo da doença.

Acompanhe este artigo e fique por dentro das causas, sintomas e tratamentos para a gengivite.

A gengivite e seus sintomas clássicos

Causas da gengivite

Outros fatores que podem causar a gengivite

Prevenção da gengivite

Como tratar

Indicadores de que você pode ter gengivite

Atenção requerida

Evite a gengivite

Capriche na higiene bucal

Capriche na higiene bucal

Se for necessário, apele para medicamentes

Caso cirúrgico

A gengivite e seus sintomas clássicos

A gengivite é uma inflamação, em estágio inicial, das gengivas, que pode progredir para um quadro de doenças graves. Apesar disso, não causa dor e, por isso, faz com que muitas pessoas não consigam identificar facilmente o problema. De acordo com dados de associações odontológicas mundiais, apenas 10% dos adultos que têm doenças de gengiva estão cientes disso.

Contudo, alguns sintomas podem indicar que você pode estar sofrendo com a gengivite. Gengivas inchadas e vermelhas e que sangram facilmente, principalmente durante a escovação e a utilização do fio dental, podem ser indícios de gengivite.

Causas da gengivite

Apesar de a escovação e o fio dental estarem entre os cuidados básicos e diários para uma saúde bucal sempre em dia, é justamente a falta destes procedimentos uma das principais causas da gengivite. A falta ou uso de técnicas inadequadas de higiene bucal. Isso se dá uma vez que é graças a estas técnicas que o processo de formação de placas bacterianas é impedido de progredir.

Mas, como se forma rapidamente, ficar sem escovar os dentes ou passar o fio dental (ou, como foi dito, fazer uso destas técnicas de forma inadequada) contribuirá para as bactérias se desenvolvem e formarem a grossa película, conhecida como placa bacteriana. Uma vez formada, a placa bacteriana poderá evoluir para o tártaro e, assim, para uma série de doenças, dentre elas, a cárie.

Outros fatores que podem causar a gengivite

Além da falta de higiene bucal ou aplicação inadequada das técnicas de escovação ou do uso do fio dental, os quais levam à formação de placas bacterianas, alguns outros fatores são tidos como causas de doenças na gengiva. Conheça alguns deles.

• Tabagismo: O fumo interfere na função normal das células do tecido gengival, tornando sua boca mais vulnerável a infecções, como os problemas de gengiva.
• Alterações hormonais: Na gravidez ou mesmo durante as típicas alterações do ciclo menstrual, os níveis hormonais podem oscilar, deixando as gengivas mais suscetíveis a problemas. A gravidez não significa que você vá, automaticamente, ter problemas na gengiva ou nos dentes. Apenas significa que deve tomar um cuidado maior com a boca durante esse período, a fim de manter a saúde bucal.

O tabagismo pode ser uma das causas para a inflamação das gengivas.

Saiba mais sobre a gengivite gravídica e suas especificidades.

• Uso de medicamentos: Alguns medicamentos podem ter, como efeito colateral, a redução da produção e fluxo de saliva, deixando a boca mais seca e permitindo que as bactérias se espalhem. Caso a situação das suas gengivas seja preocupante, fale com seu dentista sobre condutas a serem tomadas.
• Deficiências nutricionais: O consumo insuficiente de vitamina C pode ser, em especial, prejudicial às gengivas. Uma dieta com níveis elevados de açúcar e de carboidratos e baixos em água e vitamina C é a receita perfeita para problemas de gengiva, sobretudo se os cuidados de higiene oral não sejam adequados.
• Dentes desalinhados: Dentes tortos ou girovertidos podem ocasionar uma condição ideal para problemas de gengiva. Afinal, os dentes desalinhados criam mais espaços para a placa se formar e acumular, prejudicando dentes e gengivas.
• Histórico familiar: Históricos familiares de problemas de gengiva devem sempre ser mencionados ao dentista, pois pode significar um risco maior para o desenvolvimento de infecção bacteriana.

 Prevenção da gengivite

Logo, prevenir a gengivite passa por fazer rotineiramente uma excelente higiene bucal, com as técnicas adequadas e a frequência necessário.

Como fazer uma boa escovação.

Além disso, é importante que a pessoa tenha uma agenda de visitas regulares ao dentista. Recomenda-se consultas a cada seis meses para realização de check ups e de uma limpeza profunda, só possível com o dentista. Por exemplo: O tártaro, após de formado, só pode ser retirado pelo profissional odontólogo.

Como tratar

Caso observe algum dos sintomas, como o inchaço e a vermelhidão das gengivas ou, ainda, sangramento durante a escovação, o ideal é agendar imediatamente uma consulta com o dentista. Ele fará uma limpeza criteriosa e profunda para retirada da placa bacteriana e recomendará cuidados específicos e diários a serem feitos pelo paciente, em casa, tais como caprichar na escovação.

Além disso, o dentista poderá incluir na assepsia bucal o uso de um enxaguante. Caso a gengivite não seja tratada ainda em estágio inicial, poderá evoluir para um estágio avançado, chamado de periodontite. A periodontite é uma das principais causas de perda de dentes entre a população adulta.

Indicadores de que você pode ter gengivite

É muito importante diagnosticar uma gengivite no início. Ela é fácil de tratar e, caso ignorada, poderá evoluir para doenças mais graves. Alguns sinais podem ser consideravelmente desprezados pelas pessoas, apesar de serem indícios de uma gengivite. Por exemplo, sangramentos bucais. Sangramentos não são normais e, por isso, indicam que algo está errado.

Atenção requerida

Outras mudanças que acontecem na boca, impulsionadas por problemas, podem incluir gengivas sensíveis ao toque, novos espaços entre os dentes, dentes moles e/ou mudança na mordida ou em como os dentes se encaixam quando se fecha a boca. Todos esses são sinais que não devem ser ignorados e requerem medidas imediatas a fim de evitar problemas avançados. Conheça alguns sinais de alerta e, caso apresente algum, procure logo o seu dentista.

• Gengiva vermelha: O vermelho, geralmente bem vivo, é um alerta para o perigo. Logo, gengivas em um tom avermelhado ou arroxeado podem ser indícios de que existe um problema. Gengivas saudáveis são firmes e têm uma cor rosa-pálido.
• Gengivas inchadas: Na fase inicial dos problemas de gengiva, pode também haver inchaço, à medida que a inflamação aumenta. Este é um sinal de que você deve dar maior atenção a rotina de cuidados bucais. Portanto, capriche! Este ato pode ser fundamental para conter a evolução do problema.
• Sangramento: Notar sangue na pia quando cospe depois da escovação e/ou ao usar o fio dental também é um sintoma de você pode estar com gengivite.
• Gengivas retraídas: Se seus dentes estão parecendo maiores do que o normal e você nota retração de gengivas, ou mesmo maior distanciamento da gengiva, é um sinal clássico de uma doença gengival ou de periodontite. Requer um olhar cuidadoso e imediato.
• Mau hálito (halitose): Mau hálito ou um gosto excessivamente ruim na boca pode também ser indício de começo de doença gengival. A formação de placa na língua normalmente é a causa do mau hálito.

Evite a gengivite

Neste artigo, você ficou por dentro do que é a gengivite, seus principais sintomas e causas e como prevenir e tratar. Para finalizar, compartilhamos, então, algumas dicas para que você nunca passe por esse problema.

Capriche na higiene bucal

Faça da higiene bucal uma rotina cuidadosa. Os problemas de gengiva se desenvolvem, principalmente, quando esses cuidados são deixados de lado ou feitos de qualquer jeito. Identificado algum sintoma de gengivite, retome imediatamente esta rotina. Ela é tão importante que, por si só, basta para reverter o problema, caso este esteja no início.

Limpeza completa

Se uma rotina diária de saúde bucal melhor não reverter os sinais dos problemas de gengiva, você provavelmente tem uma infecção mais avançada, em que bactérias se aprofundam nos tecidos bucais ao redor dos dentes e se tornam difíceis de alcançar. Uma limpeza profunda feita pelo dentista clínico geral ou periodontista a cada seis meses é a melhor forma de remover o tártaro da boca.

Se for necessário, apele para medicamentes

Às vezes, dependendo da gravidade do caso, um especialista poderá indicar antibióticos no tratamento de combate à gengivite. A fim de erradicar totalmente os microrganismos causadores de infecção da boca, poderá incluir géis tópicos, que podem ser espalhados nas bolsas ou espaços entre as gengivas e dentes, até produtos líquidos para bochechar.

Caso cirúrgico

Caso a doença avance para graus mais graves e os cuidados básicos não sejam mais suficientes para conter a infecção, o dentista poderá indicar, além de remédios, um tratamento cirúrgico. Sendo assim, este tratamento cirúrgico agirá na remoção ou na redução de bolsas e da inflamação.

Vale dizer que há algumas opções quando o assunto é cirurgia. Uma delas é a cirurgia de retalho. Neste caso, as gengivas são levantadas, o tártaro é removido e, então, as gengivas são suturadas de volta ao redor dos dentes.

Também pode ser do tipo que usam enxertos de tecidos moles, que substituem gengivas retraídas para cobrir raízes expostas; enxertos de osso, utilizada na substituição do osso perdido, com enxertos humanos, de animais ou até mesmo de materiais artificiais; e regeneração de tecidos, técnica usada quando há a possibilidade de regenerar o osso e tecidos de suporte perdidos.

Entretanto, esses procedimentos são muito complicados e invasivos. Logo, não resta dúvida, é melhor prevenir a doença para que ela não chegue a esse estágio.