O prognatismo mandibular, caracterizado principalmente pela impressão de excesso de queixo, costuma ser sinônimo de incômodo e constrangimento. A boa notícia é que o problema pode ser resolvido definitivamente por meio da Cirurgia Ortognática Classe III.
Além de melhorar a aparência do paciente, ao devolver a harmonia facial, a intervenção também é capaz de solucionar problemas funcionais, sobretudo relacionados à mastigação e respiração. Não é à toa que é considerada uma operação estético-funcional.
Neste artigo, você vai entender no que a Cirurgia Ortognática Classe III se diferencia das outras duas classificações, quais são suas indicações, como ela é feita e suas principais vantagens. Veja o que será apresentado sobre o assunto:
Cirurgia Ortognática Classe III: solucionando deformidades dentofaciais
O que é a Cirurgia Ortognática Classe III
As características do paciente Classe III
Problemas que vão além da estética
Tratamento ortodôntico antes da cirurgia
Como acontece a Cirurgia Ortognática Classe III
Repouso e cuidados especiais marcam pós-operatório
O resultado da Cirurgia Ortognática Classe III
O que você vai conferir!
Cirurgia Ortognática Classe III: solucionando deformidades dentofaciais
Você já ouviu falar da cirurgia ortognática? Trata-se de uma intervenção pelo cirurgião especialista em Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Faciais.
A operação, que acontece em ambiente hospitalar, visa corrigir problemas estéticos e funcionais relacionados ao mau posicionamento e desenvolvimento dos maxilares.
Seu objetivo principal é possibilitar que as estruturas óssea e dentária fiquem em harmonia, o que refletirá na mordida e no perfil facial.
Quando se fala deste procedimento, é comum se referir às suas três classificações: Cirurgia Ortognática Classe I, Cirurgia Ortognática Classe II e Cirurgia Ortognática Classe III.
De forma geral, essa divisão serve para mostrar como as arcadas dentárias superior e inferior se relacionam uma com a outra. E definir o tipo da intervenção cirúrgica que será realizada.
Neste artigo, vamos falar especificamente sobre a Cirurgia Ortognática Classe III, que tem relação direta com o queixo proeminente.
Continue lendo o artigo para entender de que forma isso se dá.
O que é a Cirurgia Ortognática Classe III
A Cirurgia Ortognática Classe III é basicamente o oposto da Cirurgia Ortognática Classe II. É quando a arcada dentária inferior, a mandíbula, se localiza à frente da superior, a maxila.
Neste caso, a mandíbula até pode estar posicionada no local correto, mas houve uma deficiência no desenvolvimento da maxila. Ainda assim, o paciente pode ficar “queixudo”.
Ou o contrário: a maxila está na posição certa, mas houve um excesso no crescimento da mandíbula.
O que muitos não sabem é que a discrepância que caracteriza a Classe III também pode ser causada pela combinação desses dois fatores.
Na Cirurgia Ortognática Classe II, a mandíbula se posiciona mais para trás do que a maxila, situação também conhecida por retrognatismo mandibular.
Já a Cirurgia Ortognática Classe I serve como referência para as outras duas, já que indica o encaixe correto da mandíbula e do maxilar, apenas com alterações no posicionamento dos maxilares.
As características do paciente Classe III
As deformidades dentofaciais que caracterizam o paciente que precisa passar pela Cirurgia Ortognática Classe III costumam ser percebidas, principalmente, pela forma como o queixo se apresenta e perfil côncavo.
De forma geral, os pacientes desta classificação possuem um queixo proeminente, ou seja, situado mais à frente do que o normal.
A deformação é percebida, principalmente, quando o paciente se encontra de perfil. Neste caso, é possível perceber o queixo sobressaído, inclusive bem à frente do lábio superior.
Mas em algumas pessoas essa simetria é perceptível mesmo quando ela está de frente.
Outra alteração que costuma acontecer é que os lábios não se tocam ou se encostam, mas com muita dificuldade, o que para outras pessoas acontecem de forma natural e automática.
Em alguns casos, o queixo também pode se desviar para um dos lados, causando a impressão de queixo torto.
Até mesmo o nariz pode ser afetado ao se apresentar de forma mais estreita, afunilada e até com a ponta caída, já que não tem apoio no osso da maxila.
Já em relação aos dentes, os da arcada inferior é que se encaixam à frente dos elementos dentários superiores, justamente o oposto do que deve acontecer.
Problemas que vão além da estética
Mas engana-se quem pensa que esses problemas comprometem apenas a estética e a harmonia facial do indivíduo.
Como os dentes inferiores ficam à frente dos superiores, o paciente acaba tendo uma certa dificuldade para morder e mastigar os alimentos.
Sem considerar os problemas psicológicos. Grande parte se sente desconfortável e infeliz com a aparência, o que afeta diretamente na autoestima.
Além do mais, muitos pacientes com esse tipo de alteração possuem dificuldades em socializar, inclusive por serem vítimas de bullying.
Outro problema recorrente está no comprometimento da qualidade da respiração.
Tratamento ortodôntico antes da cirurgia
Podemos dizer que o tratamento ortodôntico faz parte da cirurgia ortognática, inclusive da Classe III.
Isso porque grande parte dos pacientes acaba utilizando aparelho ortodôntico fixo antes, durante e depois o procedimento.
Aparelho fixo metálico: O que saber antes de usar
Além do alinhamento dos dentes, este dispositivo ajuda a manter os ossos dos maxilares na posição correta e a ajustar a oclusão.
Antes da intervenção cirúrgica, pode ser que o paciente utilize aparelho ortodôntico fixo por até dois anos.
E, mesmo durante o procedimento, ele permanece com o dispositivo.
Aproximadamente um mês após a cirurgia, o paciente já pode retomar o tratamento ortodôntico, que ainda costuma prosseguir por mais um semestre ou um ano.
Como acontece a Cirurgia Ortognática Classe III
Assim como acontece na Cirurgia Ortognática Classe II, não há uma única forma de realizar a Cirurgia Ortognática Classe III.
Ela pode ser executada de diferentes formas, considerando o problema e necessidade de cada paciente. Por isso, a avaliação profissional é extremamente necessária.
O mais indicado é que a operação aconteça após o paciente completar 17 anos de idade. Isso porque, nesta fase, o crescimento dos ossos da face já costuma ter chegado ao fim.
Por outro lado, é possível abrir exceções quando o paciente é mais novo, mas apresenta deformidades severas que impactem na sua estética, autoestima e socialização.
Neste caso, contudo, é importante ter em mente que uma segunda cirurgia deverá ser realizada após o encerramento da fase de crescimento para possíveis correções.
A cirurgia pode ser feita tanto nos ossos da arcada dentária superior, da arcada dentária inferior ou em ambos. Em alguns casos, também se faz necessária a realização da mentoplastia.
Em casos de pacientes cuja maxila cresceu pouco e a mandíbula se expandiu além do esperado, por exemplo, a cirurgia deverá ser feita nos dois ossos.
O procedimento é realizado em ambiente hospitalar, sob efeito de anestesia geral, por um cirurgião-dentista especialista em Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Faciais.
Após cortar os ossos da mandíbula e/ou da maxila, ele os reposiciona no local previamente planejado e os mantêm fixados por meio de placas e parafusos de titânio.
Lembrando que toda a cirurgia é realizada por dentro da boca, portanto, o paciente não fica com qualquer tipo de cicatriz.
Hoje em dia, o resultado final do procedimento já pode ser visualizado antes mesmo da operação, por meio de uma simulação virtual.
Repouso e cuidados especiais marcam pós-operatório
O pós-operatório vai depender muito da complexidade da cirurgia e dos cuidados do paciente, principalmente.
Geralmente, ele ainda permanece no hospital por um ou dois dias após a realização do procedimento cirúrgico. Mas o repouso em casa pode se estender por mais de mês.
Recomenda-se evitar esforços físicos por pelo menos 30 dias.
O retorno às atividades costuma acontecer de forma gradual, conforme sua recuperação e avaliação do cirurgião-dentista responsável pela operação.
Nos primeiros dias, é muito comum que o inchaço se faça presente de maneira intensa. Por isso, é indicado o uso de compressas frias na região ou até mesmo drenagens linfáticas.
De forma geral, na maioria dos casos, o edema costuma regredir em até 30 dias após a intervenção. Pacientes acompanhados por fisioterapeuta tendem a se recuperar mais rápido.
A alimentação também sofre restrições. Para evitar força excessiva na mastigação, a dieta líquida e pastosa pode ser recomendada no primeiro mês ou até mais.
E também porque a abertura da boca fica um pouco limitada nos primeiros dias. O que dificulta a mastigação e a higienização.
O resultado da Cirurgia Ortognática Classe III
Depois que o paciente passa pela Cirurgia Ortognática Classe III, sua face se apresenta de forma muito mais harmônica.
Em muitos casos, além das mudanças no queixo, melhorias no nariz também são perceptíveis. Ele costuma se mostrar um pouco mais largo e empinado.
Mas isso não significa que o resultado agrada todo mundo. Algumas pessoas costumam estranhar a nova aparência, já que depois de tanto tempo vivendo com as deformações dentofaciais, acabaram se acostumando com as mesmas.
Contudo, isso tende a melhorar com o tempo. De forma geral, o resultado final costuma ser alcançado em um prazo de seis meses a um ano.
Uma melhora das funções mastigatória e respiratória também acontecem, porém, de forma progressiva.
No início do pós-cirúrgico, principalmente quando o paciente passa pela cirurgia de maxila, a respiração pelo nariz pode ficar um pouco mais difícil.
Em alguns casos, até sangramentos podem surgir, mas em um prazo de até duas semanas, a situação tende a melhorar de forma que a Cirurgia Ortognática Classe III garanta benefícios ainda maiores a longo prazo.