O silano Odontologia é um material utilizado em restaurações dentárias como agente de união. Entretanto, não pode ser usado em todos os casos, pois tem as suas especificidades.
Esse artigo visa informar sobre as características do silano Odontologia, quando e como utilizá-lo da forma correta. Principalmente porque, em alguns casos, o seu uso é indispensável.
Confusões à parte, depois de ler este artigo, você nunca mais ficará na dúvida quanto às funcionalidades do silano Odontologia. Portanto, siga firme e boa leitura!
O que é o silano Odontologia?
Como usar o silano Odontologia?
Tipos de silano
A importância do tratamento térmico para o silano Odontologia
As restaurações cerâmicas
Tipos de restaurações cerâmicas
Por que o silano Odontologia não deve ser usado com alumina
Cerâmicas com zircônia
O que você vai conferir!
O que é o silano Odontologia?
O silano é uma molécula bifuncional. Ela é uma derivação do silício. Na Odontologia, o silano é utilizado para desencadear uma reação química. Por meio desta reação, torna-se possível unir porções de materiais diferentes.
Ou seja, o silano funciona como um agente de união, unindo a porção orgânica do cimento resinoso à porção inorgânica da cerâmica. Sendo assim, seu uso na cimentação adesiva se torna fundamental para a eficiência dessa adesão.
Entretanto, o silano tem as suas restrições. Por isso, é necessário observar muito bem a composição dos produtos que deverão ser unidos, para que tudo ocorra bem.
Portanto, não deve ser usado em cerâmicas de alumina e zircônia. Pois, é necessário que a cerâmica contenha sílica em sua composição e estas não possuem. Logo, não terão a aderência necessária para concluir o processo com eficiência.
Apesar da restrição com os tipos de cerâmica, o mesmo não acontece com as resinas. Pois, o silano atua perfeitamente em todos os tipos de resina. Uma das características do silano é a sua fluidez. Basta aplicar uma pequena quantidade para que se espalhe por toda a superfície.
Esta característica permite ao silano penetrar nas superfícies de forma eficaz. Para aumentar sua fluidez, são adicionadas substâncias como o álcool, o ácido acético e a água, que, após algum tempo, evaporam, restando apenas o agente de união.
O silano é utilizado na composição de muitos produtos odontológicos. Isso ocorre porque muitos fabricantes de produtos odontológicos tratam as partículas de carga com o material a fim de proporcionar uma liga eficiente.
Contudo, o dentista pode compra-lo isoladamente, para utiliza-lo somente na hora de promover a adesão das resinas.
Como usar o silano Odontologia?
O silano, na Odontologia, melhora consideravelmente os resultados de cimentações adesivas. Pois, atua como agente de união entre cimento resinoso e cerâmica.
Entretanto, para utilizar este agente é necessário, antes, fazer nas resinas ou nas cerâmicas o tratamento superficial, o qual deixa a superfície áspera. Este procedimento é necessário para deixar a sílica mais exposta. Sendo assim, o silano Odontologia terá mais adesão.
O segundo passo de todo o processo é lavar e secar bem a superfície onde será aplicado o produto. Isso deve ser feito para que não sobre nenhum sedimento da preparação.
A fim de melhorar os resultados, recomenda-se injetar ar quente por dois minutos sobre o silano aplicado nas peças. Fazendo assim, acelera-se o processo de evaporação dos outros elementos ao mesmo tempo em que se eleva a resistência adesiva em até 40%.
Mas, atenção! Sua utilização deve ser feita em duas etapas. Sendo assim, faça a aplicação da primeira camada. Aguarde por um minuto a fim de que possa haver a evaporação das outras substâncias.
Somente depois aplique a segunda camada. Para finalizar o processo, utilize o ar quente. Pronto! Feito isso, você poderá prosseguir com o procedimento de restauração.
Tipos de silano
O mercado disponibiliza dois tipos de silano. São eles: Os hidrolisados e os não hidrolisados. Estes últimos vêm em frascos separados para serem misturados antes de utilizados pelo dentista.
A diferença entre eles está no tempo de vida útil. Nesse sentido, os silanos hidrolisados têm menor durabilidade. Contudo, é muito importante que o produto, quando utilizado como agente de união na Odontologia, esteja novo. Caso contrário, o procedimento poderá não funcionar.
O silano, quando novo, tem aparência transparente. Com o decorrer do tempo, a substância vai adquirindo uma cor esbranquiçada, a qual indica que não é mais indicado utilizá-lo.
A importância do tratamento térmico para o silano Odontologia
O tratamento térmico para o silano é feito para melhorar a cimentação adesiva de restaurações cerâmicas odontológicas. Pois, grande parte do sucesso da cimentação adesiva para restaurações cerâmicas odontológicas está diretamente relacionada com a correta indicação de um tratamento superficial do substrato cerâmico.
A literatura odontológica traz diversos tipos de tratamento da superfície interna das restaurações cerâmicas. Dentre eles, destacam-se o condicionamento com ácido hidrofluorídrico e a silanização.
Entretanto, o condicionamento com o ácido pode acabar interferindo de forma negativa no procedimento, uma vez que reduz a resistência da cerâmica. Contudo, vale dizer, isso depende da extensão de remoção da fase cristalina.
Mais: O ácido hidrofluorídrico também poderá exigir grande cautela durante o seu manuseio, uma vez que é um material bastante tóxico. Já o silano permite otimizar a sua efetividade por meio do aquecimento no momento da evaporação. Sendo assim, acaba ganhando mais espaço nas clínicas odontológicas, em detrimento do ácido como condicionador para o tratamento de superfície das cerâmicas. Isso ocorre porque o silano não apresenta os mesmos riscos do ácido para a saúde humana.
As restaurações cerâmicas
Como temos dito, o silano Odontologia é utilizado como agente de união nas restaurações. Entretanto, não pode ser utilizado em todo os tipos de cerâmica, como as de alumina e zircônia.
As restaurações cerâmicas integram as opções mais procuradas nos consultórios odontológicos. Isso se dá devido às suas característcas,i que proporcionam maior naturalidade ao sorriso restaurado.
Dentre estas características estão a cor, a textura e a alta resistência e durabilidade do material. Sendo assim, se assemelham ao esmalte dentário por suas propriedades mecânicas, ópticas e estabilidade química.
Também oferecem excelente lisura superficial, resistência à abrasão, baixo acúmulo de placa bacteriana, coeficiente de expansão térmica e rigidez compatível com as estruturas dentais. Sendo assim, os materiais cerâmicos são sinônimo de excelência estética, função e durabilidade para quem precisa restaurar o sorriso.
As restaruações cerâmicas e suas vantagens.
Tipos de restaurações cerâmicas
As restaurações cerâmicas odontológicas são estruturas inorgânicas, constituídas primariamente por oxigênio com um ou mais elementos metálicos ou semi metálicos, tais como: Alumínio, Boro, Cálcio, Cério, Lítio, Magnésio, Fósforo, Potássio, Silício, Sódio, Titânio e Zircônio.
São várias as classificações que visam catalogar as cerâmicas odontológicas. As mais utilizadas, dividem as cerâmicas de acordo om o tipo, conteúdo, indicação clínica ou temperatura de sintetização.
Tomemos a classificação por tipos de cerâmicas. Estas podem ser divididas da seguinte maneira:
- Cerâmicas convencionais: Feldspáticas, compostas de mineral cristalino e cinza, facilmente encontrado na natureza.
- Cerâmicas reforçadas: Leucita, dissilicato de lítio, spinel, alumina, zircônia etc.
Por que o silano Odontologia não deve ser usado com alumina
As cerâmicas policristalinas reforçadas por alumina são derivadas do óxido de alumínio e possuem alto conteúdo de alumina pura. São densamente compactadas e sintetizadas.
Devido ao grande conteúdo de alumina empregado nessa cerâmica, proporciona resistência à flexão e excelente biocompatibilidade.
Logo, estas cerâmicas policristalinas reforçadas por alumina são indicadas para a confecção de infraestruturas para coroas unitárias anteriores e posteriores. Além disso, para infraestruturas de próteses parciais fixas de três elementos com extensão até o 1º molar.
Entretanto, apesar das excelentes propriedades mecânicas verificadas neste sistema cerâmico, elas apresentam limitações no que diz respeito à sua utilização para fixação adesiva.
Isso se dá pois, os tratamentos de superfície convencionais podem não ser efetivos nessas cerâmicas devido ao reduzido conteúdo vítreo presente nelas (0,01%). Desta forma, tratamentos de superfície alternativos fazem-se necessários como forma de se obter adesão favorável às cerâmicas policristalinas.
Cerâmicas com zircônia
Já as cerâmicas policristalinas reforçadas por zircônia apresentam alto conteúdo. Primeiramente, este material foi empregado na confecção de próteses ortopédicas. Graças aos bons resultados devido às excelentes propriedades mecânicas e à sua biocompatibilidade, ganhou uma utilização mais ampla.
O óxido de ítrio, associado à zircônia pura, tem como intuito estabilizar a fase cúbica ou tetragonal dos cristais em temperatura ambiente, obtendo-se assim um material polifásico, ou seja, a zircônia estabilizada.
Sendo assim, a estabilização dos cristais de zircônia na fase tetragonal em temperatura ambiente possibilita a alta tenacidade à fratura e resistência à flexão maior em relação aos demais sistemas cerâmicos. Logo, em situações de surgimento de trincas no material, estas podem ser contidas pela transformação de fases da zircônia.
À princípio, a zircônia foi indicada para confecção de infraestruturas para coroas totais e próteses parciais fixas para as regiões anterior e posterior. Ainda assim, necessitando ser recoberta com cerâmicas vítreas, devido à estética reduzida causada pela alta opacidade do material.
Entretanto, mais recentemente, com o aprimoramento das propriedades ópticas da Y-TZP, esse material tem sido indicado para utilização em estruturas monolíticas. Ou seja, toda a prótese é confeccionada com o mesmo material.
A quantidade de elementos que podem ser envolvidos numa prótese utilizando Y-TZP depende das indicações de cada fabricante, porém existem sistemas capazes de suportar a reabilitação de praticamente todos os dentes de uma arcada em uma única peça.