Você sabia que existem deformidades faciais, que envolvem os dentes e os ossos da face, que não podem ser resolvidas pelo aparelho ortodôntico? É aí que entra a cirurgia ortognática.
Este procedimento, que é realizado no ambiente hospitalar, a partir de um processo minucioso, visa corrigir de forma definitiva os casos de assimetria óssea e de má oclusão severa que comprometem diretamente a harmonia facial e a qualidade de vida do paciente.
Neste artigo, além de conhecer quais são esses problemas estéticos e funcionais, você vai entender como é feita essa cirurgia e para quais casos ela é indicada.
Assim como alguns detalhes sobre o pós-operatório, recuperação e valor. Confira tudo que será abordado sobre o assunto:
Para quem é a cirurgia ortognática
Como as anomalias dentofaciais podem impactar a nossa saúde
Benefícios estéticos e funcionais da cirurgia ortognática
Tratamento ortodôntico é um grande aliado
A idade certa para se fazer a cirurgia ortognática
Como é feita a cirurgia ortognática
Pós-operatório demanda repouso e cuidados especiais
Recuperação pode ser longa e exigir tratamentos complementares
Riscos existem e não podem ser desconsiderados
Qual é o valor da cirurgia ortognática?
O que você vai conferir!
Para quem é a cirurgia ortognática
Mordida errada, queixo projetado para frente ou para trás, mandíbula e maxila com tamanhos diferentes ou posicionamentos inadequados, entre outras discrepâncias ósseas.
Essas são algumas das indicações para a cirurgia ortognática, uma intervenção corretiva assertiva e segura, mas delicada e que exige cuidados especiais, inclusive no pós-operatório.
Isso porque o procedimento consiste em corrigir e reposicionar a estrutura óssea das arcadas dentárias.
O que, consequentemente, acaba impactando no sistema mastigatório e digestivo do paciente.
Ela é classificada em três tipos: cirurgia ortognática classe I, classe II e classe III, que se diferenciam, basicamente, pela forma como as arcadas dentárias se relacionam.
Como as anomalias dentofaciais podem impactar a nossa saúde
Por mais que as assimetrias faciais muitas vezes são as consequências mais visíveis, as deformidades dentofaciais impactam a nossa saúde de diferentes outras formas.
O paciente que tem esse tipo de problema, mas não busca tratamento, pode se deparar com alterações funcionais e até respiratórias.
Isso porque as articulações empregadas na mordida, assim como os músculos da face e tecidos periodontais, acabam ficando comprometidos.
O que, consequentemente, resulta em alterações na mordida, na fala e na mastigação. Assim como problemas como respiração bucal crônica e apneia do sono.
Dores de cabeça, musculares e nas articulações também são recorrentes.
Benefícios estéticos e funcionais da cirurgia ortognática
A cirurgia ortognática proporciona os mais diferentes benefícios, seja direta ou indiretamente, além de solucionar a assimetria óssea e restaurar a harmonia facial.
Como, por exemplo, um melhor posicionamento da língua, o que ajuda inclusive na articulação das palavras e na fonação.
Muitos pacientes percebem melhoras significativas na passagem do ar, bem como na mastigação e digestão dos alimentos.
Sem contar a qualidade de vida e a autoestima, que também melhoram consideravelmente.
Tratamento ortodôntico é um grande aliado
É muito comum que o tratamento ortodôntico anteceda a cirurgia ortognática.
Isso porque o mais indicado é que os dentes sejam alinhados e nivelados antes do reposicionamento dos ossos.
Antes da intervenção cirúrgica, pode ser que o paciente utilize aparelho ortodôntico fixo por até dois anos.
E, mesmo durante o procedimento, ele permanece com o dispositivo.
A correção da oclusão é feita pela cirurgia ortognática, por meio da movimentação das bases ósseas.
Aproximadamente um mês após a cirurgia, o paciente já pode retomar o tratamento ortodôntico, que ainda costuma prosseguir por mais um semestre ou um ano.
Além disso, existem casos em que a remoção do dente siso também se faz necessária antes da cirurgia ortognática.
Veja também: Aparelho fixo metálico: O que saber antes de usar
A idade certa para se fazer a cirurgia ortognática
De forma geral, o mais recomendável é que a cirurgia ortognática seja feita após o paciente completar 17 anos.
Isso porque, nesta idade, geralmente o processo de crescimento e maturação óssea da face já chegou ao fim. Contudo, isso não é regra.
Nos casos, por exemplo, em que há deformidades severas que impactem significativamente na estética facial, pode-se abrir exceções.
Sobretudo se o paciente enfrentar dificuldades de convívio e apresentar problemas de autoestima por conta disso.
Mas é preciso ressaltar que, neste caso, uma segunda cirurgia de correção deverá ser feita no futuro, quando a fase de crescimento estiver encerrada.
Já em adultos, a cirurgia ortognática é indicada justamente pelo fato desse desenvolvimento ósseo já ter cessado e o aparelho ortodôntico não conseguir solucionar o problema sozinho.
Como é feita a cirurgia ortognática
Antes do procedimento, o profissional utiliza ferramentas virtuais para simular os resultados, inclusive estéticos, da cirurgia.
Já a intervenção cirúrgica é realizada no ambiente hospitalar, por um cirurgião especialista em Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Faciais.
Pacientes com aparelho ortodôntico não precisam retirá-lo para fazer a cirurgia, que costuma durar de duas a cinco horas, dependendo da necessidade de cada paciente.
A correção e alinhamento dos maxilares é feita por meio de placas e parafusos de titânio, com anestesia geral.
Todo esse processo é realizado na parte de dentro da boca, portanto, não deixa nenhum tipo de cicatriz.
Pós-operatório demanda repouso e cuidados especiais
Após a realização da cirurgia ortognática, o paciente ainda permanece no ambiente hospitalar por mais um ou dois dias, de forma geral.
Muitas pessoas têm a falsa ideia de que a liberação do hospital significa autorização para retomar a rotina e suas atividades.
Mas no caso da cirurgia ortognática, não é isso que acontece na prática.
O paciente é apenas liberado para ir para a casa, mas deve continuar seguindo todas as recomendações do cirurgião para garantir o sucesso do procedimento.
A começar pela medicação prescrita, que deve ser rigorosamente tomada nos horários estabelecidos para evitar dor ou qualquer outra complicação.
Também é aconselhável aplicar compressas frias no rosto, várias vezes ao dia, para ajudar a diminuir o inchaço na região.
Cuidados especiais com a higienização bucal também podem ser necessários, já que o paciente poderá apresentar desconfortos na região ou até mesmo dificuldades em abrir a boca.
Além disso, é preciso priorizar uma dieta balanceada, mas com alimentos na forma líquida e pastosa. Em alguns casos, essa situação pode se perdurar por até três meses.
Recuperação pode ser longa e exigir tratamentos complementares
Já no que se refere ao repouso, ele pode variar de duas a seis semanas, conforme o caso de cada paciente. Lembrando que o retorno às atividades deve ser feito de forma gradual.
E que o acompanhamento do cirurgião responsável pelo procedimento é primordial para avaliar como anda a recuperação do paciente.
O resultado final costuma ser alcançado em um prazo de seis meses a um ano, mas nesse tempo a atuação de profissionais de outras áreas pode se fazer necessária.
Como, por exemplo, um fisioterapeuta, tanto para ajudar a reduzir o edema e a tensão muscular, quanto para melhorar a abertura da boca e a função mastigatória.
Ou, ainda, o fonoaudiólogo para trabalhar a musculatura perioral, mastigação, fala e até respiração, além de auxiliar a reintroduzir a alimentação sólida em alguns casos.
E também nutricionista para orientar o paciente sobre a dieta líquida e pastosa, de que forma que ele não perca muito peso e nem prejudique sua ingestão de nutrientes.
Riscos existem e não podem ser desconsiderados
Antes que você se assuste, os riscos existem, mas são raros. Sobretudo se o procedimento for realizado por um profissional qualificado e experiente.
De forma geral, as complicações que podem surgir após a realização da cirurgia ortognática são as mesmas de qualquer outra intervenção cirúrgica.
A começar pela dor e pelo inchaço, que são recorrentes nos primeiros dias, mas administráveis por meio de analgésicos, compressas de água fria, entre outras medidas.
Por outro lado, alguns pacientes podem apresentar sangramento e até mesmo reações adversas relacionadas à anestesia.
Podem acontecer, ainda, infecções, lesão na gengiva ou no osso circundante, perda de sensibilidade no rosto, entre outras complicações.
Qual é o valor da cirurgia ortognática?
Uma pergunta muito comum quando se diz respeito à cirurgia ortognática é referente aos custos necessários para a realização do procedimento.
Importante lembrar, contudo, que o investimento não envolve apenas a intervenção cirúrgica em si, mas todos os outros processos que a antecedem e sucedem.
A começar pelo tratamento ortodôntico, que pode se prolongar por até dois anos antes da cirurgia ser feita e ainda seguir por mais um tempo após o procedimento.
Já no que se refere à intervenção, devem ser consideradas as despesas hospitalares, lembrando que a localização e tipo de hospital podem impactar diretamente no valor.
Assim como os honorários do cirurgião-dentista e do anestesista, os medicamentos necessários, entre outros fatores que podem variar de caso a caso.
Vale destacar, ainda, que a gravidade do caso também poderá influenciar no tipo de cirurgia a ser realizada.
Portanto, acaba sendo inviável indicar uma determinada média de preço, já que vários fatores poderão influenciar no valor final do tratamento.
Mas a boa notícia é que, para quem não tem plano odontológico ou plano de saúde, a cirurgia ortognática pode ser feita até mesmo pelo Sistema Único de Saúde (SUS), se o paciente estiver enfrentando problemas de saúde.