Engana-se quem pensa que corrigir o queixo torto é um procedimento que só pode ser feito com um cirurgião plástico.
A odontologia oferece várias formas de se resolver o problema, considerando os mais diferentes níveis de gravidade e as mais diversas necessidades dos pacientes.
Neste artigo você irá conhecer alguns fatores que podem causar esse aspecto de queixo torto, as consequências desta condição, além de conferir algumas opções de tratamentos.
Confira o que será abordado sobre o assunto:
Queixo torto não é só uma questão estética
Você sabe o que é laterognatia mandibular?
Outras alterações podem acompanhar o queixo torto
Tipos de laterognatismo mandibular
Como é feito o diagnóstico do queixo torto
Intervenção precoce pode evitar complicações
As diferentes opções de tratamento para o queixo torto
-Tratamento ortodôntico
-Cirurgia Ortognática
-Mentoplastia
-Preenchimento facial
O que você vai conferir!
Queixo torto não é só uma questão estética
Que o queixo torto costuma causar muito incômodo e constrangimento, isso todo mundo sabe. O que muita gente desconhece é que este não é um problema apenas estético.
Muitas vezes, o paciente que tem o queixo inclinado para um dos lados também enfrenta problemas na mastigação, na fala e até mesmo na respiração.
Além, claro, dos problemas de autoestima, já que não se sente feliz com sua aparência. E de convívio social em alguns casos, inclusive por ser vítima de bullying.
O tratamento visa justamente restabelecer a harmonização facial, ao mesmo tempo em que trata esses danos funcionais. Devolve a autoestima e a qualidade de vida para o paciente.
Você sabe o que é laterognatia mandibular?
Na odontologia, existe uma condição caracterizada pelo queixo torto que leva o nome de laterognatia mandibular.
Também conhecido por desvio mandibular lateral ou assimetria mandibular, trata-se de um problema de oclusão relativamente comum.
Representa os casos em que a mandíbula se encontra lateralmente posicionada em relação à linha mediana facial, causando uma assimetria na região do queixo.
Resultado, geralmente, de malformações faciais, costuma ser identificado facilmente, já que afeta significativamente o equilíbrio estético da face.
Pode ter relação tanto com traumas, quanto com crescimento excessivo de alguma das partes da mandíbula.
Ou, ainda, com doenças que acometem a cabeça da mandíbula, como a hiperplasia condilar.
Outras alterações podem acompanhar o queixo torto
Importante destacar, ainda, que há casos em que o desvio do mento, popularmente conhecido como queixo torto, vem acompanhado de outras deformidades.
É muito comum que os pacientes apresentem, por exemplo, uma discrepância entre as linhas médias do dente e da face.
Este é um ponto de grande importância na composição estética de um sorriso e rosto harmônico.
Outra possibilidade é a mordida cruzada posterior, que é quando os dentes laterais superiores fecham por dentro dos inferiores na hora da mordida.
Seja nos dois lados da arcada dentária ou apenas unilateralmente.
Mudanças no padrão de mastigação e alterações da inclinação do plano oclusal ou da temporomandibular também podem acontecer.
Tipos de laterognatismo mandibular
A laterognatia mandibular se divide em dois tipos: funcional e esquelética.
A primeira costuma ter origem dentária, muscular ou articular e é caracterizada por um deslocamento lateral da mandíbula.
Mas isso sem estar automaticamente associada à assimetria estrutural. Pode se manifestar como deformidade isolada ou junto à outras alterações dentofaciais.
Já a laterognatia esquelética pode originar dos mais diferentes fatores genéticos, vasculares, hormonais e traumáticos.
Trata-se de uma alteração estrutural da mandíbula, que consiste no crescimento excessivo ou desigual de um dos seus lados.
Como é feito o diagnóstico do queixo torto
O diagnóstico é composto por várias etapas, tais como anamnese e exames clínico, extraoral e complementares de diagnóstico.
Em um primeiro momento, o profissional dentista irá investigar antecedentes familiares e predisposição genética, bem como a existência de traumas, síndromes e outras alterações.
Em seguida, o paciente passa por um exame visual e tátil, onde o cirurgião irá avaliar a má-oclusão, mordidas cruzadas, inclinações dos dentes e muito mais.
No exame extraoral, a assimetria é aferida, a morfologia facial é inspecionada visualmente e a análise facial é realizada de forma completa.
Em relação aos exames, os mais comuns são a tomografia computadorizada, mas outros também podem ser solicitados.
Intervenção precoce pode evitar complicações
Um diagnóstico profissional minucioso se faz extremamente importante para uma intervenção precoce e eficiente.
Isso porque distinguir em qual categoria a laterognatia se enquadra contribuirá diretamente para a definição do melhor tipo de tratamento.
Se for uma laterognatia mandibular funcional, por exemplo, o objetivo será eliminar a origem do desvio o quanto antes, se possível, para corrigir a deformidade e impedir o agravamento do caso.
Mas se a situação se enquadrar como esquelética, o objetivo será minimizar o problema e direcioná-lo corretamente para resolução.
Na maior parte dos casos, a indicação é para cirurgia ortognática associada ao tratamento ortodôntico.
Lembrando que a cirurgia ortognática costuma ser realizada apenas em pacientes maiores de 17 anos, pois nesta fase o crescimento ósseo já costuma ter chegado ao fim.
Se, por ventura, ela for realizada antes dessa etapa ser concluída, será preciso fazer uma segunda cirurgia corretiva depois que o desenvolvimento já estiver completo.
As diferentes opções de tratamento para o queixo torto
Além do perfil do paciente e da gravidade do quadro, a idade também costuma influenciar no tipo de tratamento que será adotado. Confira algumas das opções disponíveis no consultório odontológico:
-Tratamento ortodôntico
Em alguns casos, principalmente leves e em pacientes mais jovens, pode-se tentar primeiro corrigir o queixo torto por meio do tratamento ortodôntico.
De forma geral, tanto os modelos móveis, quanto fixos podem ser utilizados neste tipo de correção ortodôntica.
Além de cuidar da posição dos dentes, este método atuará na correção das discrepâncias da maxila e da mandíbula.
Contudo, é importante destacar que nem sempre ele será suficiente, sendo necessária, por exemplo, a realização da cirurgia ortognática.
Mas mesmo neste caso o tratamento ortodôntico costuma ser mantido, antes, durante e após a intervenção cirúrgica.
-Cirurgia Ortognática
Contudo, se o tratamento ortodôntico não for suficiente, o mais indicado provavelmente seja que o paciente passe pela cirurgia ortognática.
Trata-se uma intervenção estético-funcional que visa corrigir problemas relacionados ao mau posicionamento e desenvolvimento dos maxilares.
É realizada pelo cirurgião especialista em Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Faciais, no ambiente hospitalar.
De forma geral, consiste em cortar os ossos da mandíbula e/ou da maxila e reposicioná-los no local correto. Isso por meio de placas e parafusos de titânio.
A cirurgia é realizada por dentro da boca, portanto, o paciente não fica com qualquer tipo de cicatriz.
Por outro lado, demanda repouso e cuidados especiais por mais de mês em alguns casos. Como alimentação líquida e pastosa e se manter longe das atividades físicas, entre outros.
Veja ainda: Entenda o que é a Cirurgia Ortognática Classe I
Cirurgia Ortognática Classe II: o que é, como é feita e muito mais
Cirurgia Ortognática Classe III é solução para queixo proeminente e muito mais
-Mentoplastia
A mentoplastia é outra intervenção cirúrgica que é indicada para corrigir as mais diferentes assimetrias e deformidades na região do queixo, sejam funcionais ou estéticas.
É um procedimento que, além do mento, envolve a mandíbula, o pescoço e o terço inferior da face, além de analisar a face como um todo.
Importante lembrar ainda que existem medidas para serem seguidas, no que diz respeito à altura e posição do queixo em relação aos lábios e nariz.
Como a mentoplastia pode contribuir para o equilíbrio estético e funcional da face
Quando realizada com um cirurgião-dentista especialista em Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial, a necessidade de inserção de prótese de silicone ou metacrilato é dispensada.
Isso porque esse profissional realiza o reposicionamento dos tecidos do próprio paciente, o que previne complicações e garante um resultado ainda mais natural.
De forma geral, a cirurgia é realizada sob efeito de anestesia local, mas também pode acontecer de precisar de anestesia geral.
Uma incisão é realizada na parte inferior do queixo, mais especificamente na ponta do osso da mandíbula.
Esse pedaço é reposicionado e fixado na posição desejada por meio de placas e parafusos de titânio.
-Preenchimento facial
Já para quem não quer se submeter à cirurgia ortognática ou à mentoplastia, considerando a complexidade desses tratamentos, existem intervenções menores e temporárias.
Uma delas é o preenchimento facial, técnica que também corrige desarmonias e assimetrias no sorriso e no rosto.
Isso por meio da aplicação de substâncias modeladoras e biocompatíveis nas profundas camadas da pele, tais como o ácido hialurônico.
Esses componentes atuam no preenchimento dos chamados sulcos faciais, das rugas e dos espaços entre as células para dar volume à essas áreas e suavizar marcas.
Assim como na harmonização orofacial, ao trabalhar a correção de assimetrias e melhoria de contornos.
Lembrando que, além do seu efeito ser temporário, com durabilidade que varia de 12 a 18 meses, o preenchimento não é indicado para todos os casos de queixo torto.
Ele se torna uma boa alternativa para os casos em que as alterações são pequenas e majoritariamente estéticas.
Recapitulando
Neste artigo, você viu que o queixo torto é muito mais do que um problema estritamente estético.
Essa condição, que é chamada de laterognatia mandibular na odontologia, também compromete a mastigação, a fala e a respiração, além de afetar o equilíbrio estético facial.
Pode ser dividida em funcional e esquelética, com indicações de tratamentos diferentes para cada caso.
Mas, de forma geral, o queixo torto costuma ser tratado com mais eficácia pela cirurgia ortognática, associada ao tratamento ortodôntico.