O que é a cirurgia ortognática e como ela é feita?

cirurgia ortognática

12/04/2021 | Por: OdontoBusca

Você sabia que existem deformidades faciais, que envolvem os dentes e os ossos da face, que não podem ser resolvidas pelo aparelho ortodôntico? É aí que entra a cirurgia ortognática.

Este procedimento, que é realizado no ambiente hospitalar, a partir de um processo minucioso, visa corrigir de forma definitiva os casos de assimetria óssea e de má oclusão severa que comprometem diretamente a harmonia facial e a qualidade de vida do paciente.

Neste artigo, além de conhecer quais são esses problemas estéticos e funcionais, você vai entender como é feita essa cirurgia e para quais casos ela é indicada.

Assim como alguns detalhes sobre o pós-operatório, recuperação e valor. Confira tudo que será abordado sobre o assunto:

Para quem é a cirurgia ortognática

Como as anomalias dentofaciais podem impactar a nossa saúde

Benefícios estéticos e funcionais da cirurgia ortognática

Tratamento ortodôntico é um grande aliado

A idade certa para se fazer a cirurgia ortognática

Como é feita a cirurgia ortognática

Pós-operatório demanda repouso e cuidados especiais

Recuperação pode ser longa e exigir tratamentos complementares

Riscos existem e não podem ser desconsiderados

Qual é o valor da cirurgia ortognática?

Para quem é a cirurgia ortognática

Queixo projetado para frente ou para trás é uma das indicações para a cirurgia ortognática

Mordida errada, queixo projetado para frente ou para trás, mandíbula e maxila com tamanhos diferentes ou posicionamentos inadequados, entre outras discrepâncias ósseas.

Essas são algumas das indicações para a cirurgia ortognática, uma intervenção corretiva assertiva e segura, mas delicada e que exige cuidados especiais, inclusive no pós-operatório.

Isso porque o procedimento consiste em corrigir e reposicionar a estrutura óssea das arcadas dentárias.

O que, consequentemente, acaba impactando no sistema mastigatório e digestivo do paciente.

Ela é classificada em três tipos: cirurgia ortognática classe I, classe II e classe III, que se diferenciam, basicamente, pela forma como as arcadas dentárias se relacionam.

Como as anomalias dentofaciais podem impactar a nossa saúde

Por mais que as assimetrias faciais muitas vezes são as consequências mais visíveis, as deformidades dentofaciais impactam a nossa saúde de diferentes outras formas.

O paciente que tem esse tipo de problema, mas não busca tratamento, pode se deparar com alterações funcionais e até respiratórias.

Isso porque as articulações empregadas na mordida, assim como os músculos da face e tecidos periodontais, acabam ficando comprometidos.

O que, consequentemente, resulta em alterações na mordida, na fala e na mastigação. Assim como problemas como respiração bucal crônica e apneia do sono.

Dores de cabeça, musculares e nas articulações também são recorrentes.

Benefícios estéticos e funcionais da cirurgia ortognática

A cirurgia ortognática proporciona os mais diferentes benefícios, seja direta ou indiretamente, além de solucionar a assimetria óssea e restaurar a harmonia facial.

Como, por exemplo, um melhor posicionamento da língua, o que ajuda inclusive na articulação das palavras e na fonação.

Muitos pacientes percebem melhoras significativas na passagem do ar, bem como na mastigação e digestão dos alimentos.

Sem contar a qualidade de vida e a autoestima, que também melhoram consideravelmente.

Tratamento ortodôntico é um grande aliado

É muito comum que o tratamento ortodôntico anteceda a cirurgia ortognática.

Isso porque o mais indicado é que os dentes sejam alinhados e nivelados antes do reposicionamento dos ossos.

Antes da intervenção cirúrgica, pode ser que o paciente utilize aparelho ortodôntico fixo por até dois anos.

E, mesmo durante o procedimento, ele permanece com o dispositivo.

A correção da oclusão é feita pela cirurgia ortognática, por meio da movimentação das bases ósseas.

Aproximadamente um mês após a cirurgia, o paciente já pode retomar o tratamento ortodôntico, que ainda costuma prosseguir por mais um semestre ou um ano.

Além disso, existem casos em que a remoção do dente siso também se faz necessária antes da cirurgia ortognática.

Veja também: Aparelho fixo metálico: O que saber antes de usar

A idade certa para se fazer a cirurgia ortognática

Procedimento costuma ser realizado após o término do crescimento e maturação óssea da face, o que gira em torno dos 17 anos

De forma geral, o mais recomendável é que a cirurgia ortognática seja feita após o paciente completar 17 anos.

Isso porque, nesta idade, geralmente o processo de crescimento e maturação óssea da face já chegou ao fim. Contudo, isso não é regra.

Nos casos, por exemplo, em que há deformidades severas que impactem significativamente na estética facial, pode-se abrir exceções.

Sobretudo se o paciente enfrentar dificuldades de convívio e apresentar problemas de autoestima por conta disso.

Mas é preciso ressaltar que, neste caso, uma segunda cirurgia de correção deverá ser feita no futuro, quando a fase de crescimento estiver encerrada.

Já em adultos, a cirurgia ortognática é indicada justamente pelo fato desse desenvolvimento ósseo já ter cessado e o aparelho ortodôntico não conseguir solucionar o problema sozinho.

Como é feita a cirurgia ortognática

Antes do procedimento, o profissional utiliza ferramentas virtuais para simular os resultados, inclusive estéticos, da cirurgia.

Já a intervenção cirúrgica é realizada no ambiente hospitalar, por um cirurgião especialista em Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Faciais.

Pacientes com aparelho ortodôntico não precisam retirá-lo para fazer a cirurgia, que costuma durar de duas a cinco horas, dependendo da necessidade de cada paciente.

A correção e alinhamento dos maxilares é feita por meio de placas e parafusos de titânio, com anestesia geral.

Todo esse processo é realizado na parte de dentro da boca, portanto, não deixa nenhum tipo de cicatriz.

Pós-operatório demanda repouso e cuidados especiais

Após a realização da cirurgia ortognática, o paciente ainda permanece no ambiente hospitalar por mais um ou dois dias, de forma geral.

Muitas pessoas têm a falsa ideia de que a liberação do hospital significa autorização para retomar a rotina e suas atividades.

Mas no caso da cirurgia ortognática, não é isso que acontece na prática.

O paciente é apenas liberado para ir para a casa, mas deve continuar seguindo todas as recomendações do cirurgião para garantir o sucesso do procedimento.

A começar pela medicação prescrita, que deve ser rigorosamente tomada nos horários estabelecidos para evitar dor ou qualquer outra complicação.

Também é aconselhável aplicar compressas frias no rosto, várias vezes ao dia, para ajudar a diminuir o inchaço na região.

Cuidados especiais com a higienização bucal também podem ser necessários, já que o paciente poderá apresentar desconfortos na região ou até mesmo dificuldades em abrir a boca.

Além disso, é preciso priorizar uma dieta balanceada, mas com alimentos na forma líquida e pastosa. Em alguns casos, essa situação pode se perdurar por até três meses.

Recuperação pode ser longa e exigir tratamentos complementares

Já no que se refere ao repouso, ele pode variar de duas a seis semanas, conforme o caso de cada paciente. Lembrando que o retorno às atividades deve ser feito de forma gradual.

E que o acompanhamento do cirurgião responsável pelo procedimento é primordial para avaliar como anda a recuperação do paciente.

O resultado final costuma ser alcançado em um prazo de seis meses a um ano, mas nesse tempo a atuação de profissionais de outras áreas pode se fazer necessária.

Como, por exemplo, um fisioterapeuta, tanto para ajudar a reduzir o edema e a tensão muscular, quanto para melhorar a abertura da boca e a função mastigatória.

Ou, ainda, o fonoaudiólogo para trabalhar a musculatura perioral, mastigação, fala e até respiração, além de auxiliar a reintroduzir a alimentação sólida em alguns casos.

E também nutricionista para orientar o paciente sobre a dieta líquida e pastosa, de que forma que ele não perca muito peso e nem prejudique sua ingestão de nutrientes.

Riscos existem e não podem ser desconsiderados

cirurgia ortognática

As complicações são raras, mas podem acontecer, assim como em qualquer outro procedimento cirúrgico

Antes que você se assuste, os riscos existem, mas são raros. Sobretudo se o procedimento for realizado por um profissional qualificado e experiente.

De forma geral, as complicações que podem surgir após a realização da cirurgia ortognática são as mesmas de qualquer outra intervenção cirúrgica.

A começar pela dor e pelo inchaço, que são recorrentes nos primeiros dias, mas administráveis por meio de analgésicos, compressas de água fria, entre outras medidas.

Por outro lado, alguns pacientes podem apresentar sangramento e até mesmo reações adversas relacionadas à anestesia.

Podem acontecer, ainda, infecções, lesão na gengiva ou no osso circundante, perda de sensibilidade no rosto, entre outras complicações.

Qual é o valor da cirurgia ortognática?

Uma pergunta muito comum quando se diz respeito à cirurgia ortognática é referente aos custos necessários para a realização do procedimento.

Importante lembrar, contudo, que o investimento não envolve apenas a intervenção cirúrgica em si, mas todos os outros processos que a antecedem e sucedem.

A começar pelo tratamento ortodôntico, que pode se prolongar por até dois anos antes da cirurgia ser feita e ainda seguir por mais um tempo após o procedimento.

Já no que se refere à intervenção, devem ser consideradas as despesas hospitalares, lembrando que a localização e tipo de hospital podem impactar diretamente no valor.

Assim como os honorários do cirurgião-dentista e do anestesista, os medicamentos necessários, entre outros fatores que podem variar de caso a caso.

Vale destacar, ainda, que a gravidade do caso também poderá influenciar no tipo de cirurgia a ser realizada.

Portanto, acaba sendo inviável indicar uma determinada média de preço, já que vários fatores poderão influenciar no valor final do tratamento.

Mas a boa notícia é que, para quem não tem plano odontológico ou plano de saúde, a cirurgia ortognática pode ser feita até mesmo pelo Sistema Único de Saúde (SUS), se o paciente estiver enfrentando problemas de saúde.

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