Erupção dentária: entenda quando e de que forma acontece

erupção dentária

15/03/2021 | Por: OdontoBusca

A erupção dentária costuma ser muito esperada pelos pais, principalmente quando se trata do primeiro dentinho.

Além de representar mais um marco de desenvolvimento do bebê, significa que ele está crescendo e logo mais estará se alimentando com os demais membros da família.

Mas você sabe quando a erupção dentária começa e termina, os sintomas mais esperados nessa fase e o que fazer em casos de atraso?

Continue lendo esse artigo para descobrir a resposta dessas e de outras perguntas relacionadas ao tema.

O que é a erupção dentária

A erupção dentária é comumente relacionada à incisão gengival ocasionada pela irrupção do elemento dentário. Ou, em simples palavras, ao momento em que o dente “nasce”.

Contudo, trata-se de um processo fisiológico muito mais complexo e que costuma ser dividido em três etapas.

A primeira, que leva o nome de pré-eruptiva, representa a fase em que o dente se encontra em uma posição intraóssea dentro dos maxilares e sem qualquer movimentação do germe dental.

Já a segunda, intitulada eruptiva ou pré-funcional, contempla o movimento intraósseo e cria uma trajetória de erupção.

Por fim, a última, que é a fase pós-eruptiva, inicia quando o dente atinge uma posição extra óssea e funcional na cavidade bucal, ou seja, quando entra em oclusão.

Sinais e sintomas do nascimento dos dentes

Ao mesmo tempo em que é muito esperado, o nascimento dos dentes também pode ser uma fase difícil para muitos bebês e pais.

Isso porque grande parte apresenta mudanças significativas em seu comportamento, sobretudo alguns dias antes da irrupção do elemento dentário.

Contudo, é importante ressaltar que os sinais e sintomas podem variar de criança para criança ou até mesmo de dente para dente.

Salivação excessiva, irritabilidade, aumento da sucção digital, perda de apetite, hipersensibilidade local e alterações no sono estão entre os sintomas mais comuns.

Por outro lado, também podem ser esperados distúrbios gastrointestinais, vermelhidão e inflamações gengivais, febre, úlceras bucais, apatia e corrimento nasal.

Apesar de muitos pais e mães relatarem mudanças fisiológicas e comportamentais dos filhos nesta fase, ainda não existe um consenso se esses sintomas estão relacionados ao nascimento dos dentes ou à outras causas.

Os distúrbios gastrointestinais, por exemplo, muitas vezes podem ser resultado de infecções bacterianas causadas pela contaminação de dedos e objetos que são levados à boca para coçar a gengiva. E não por conta da erupção em si.

Erupção dentária decídua

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A erupção dos dentes de leite costuma iniciar entre os 4 e 10 meses de idade

A erupção dentária decídua também é conhecida como dentição de leite, dentição infantil ou dentição temporária.

Em suma, representa a primeira dentição do bebê, que é composta por 20 dentes, sendo 8 incisivos, 4 caninos e 8 molares temporários.

Esse processo costuma ter início entre os 4 e 10 meses de idade, mas geralmente os primeiros dentes a surgirem são os incisivos centrais inferiores, por volta dos 6 meses de idade.

Apesar de o “nascimento” dos dentes ser esperado somente nesta fase, é importante ressaltar que seu desenvolvimento começa na fase embrionária e fetal.

Isso significa que, quando o bebê nasce, a maioria dos dentes já está presente no interior dos ossos maxilares e que seu desenvolvimento continua após o nascimento, por vários anos.

Vale destacar que, apesar de serem raros, existem casos em que alguns dentes nascem antes do tempo normal.

Como o dos bebês que já nascem com algum dente, os dentes natais. Ou quando os mesmos se desenvolvem durante o primeiro mês de vida da criança, intitulados de dentes neonatais.

O esperado é que até os 30 meses todos os dentes de leite já tenham aparecido.

A importância dos dentes de leite

A importância dos dentes decíduos, popularmente conhecidos como dentes de leite, muitas vezes acaba sendo minimizada, já que logo mais eles cairão.

Mas a verdade é que essa primeira dentição é extremamente importante para o desenvolvimento ósseo, da fala, da mastigação e dos dentes permanentes.

Além de auxiliarem no desenvolvimento dos ossos e músculos faciais, eles possibilitam a trituração, mastigação e digestão dos alimentos, bem como absorção dos nutrientes.

Os dentes de leite também contribuem para o desenvolvimento da fala, permitindo a pronúncia correta das palavras.

Já em relação aos dentes permanentes, eles atuam tanto na reserva do espaço onde posteriormente se desenvolverão, quanto como guia para sua erupção.

Além de proporcionarem uma oclusão satisfatória e contribuírem com a estética do sorriso e autoestima do indivíduo.

Características da primeira dentição

Importante ressaltar, inclusive, que a dentição temporária é constituída por dentes morfologicamente diferentes.

Os 20 dentes são divididos em três grupos que possuem funções distintas: incisivos, caninos e molares.

Representados pelos dentes frontais, que além de serem afiados, possuem forma de cinzel, os oito incisivos servem para cortar os alimentos.

Os quatro caninos possuem pontas agudas e são uteis para rasgar os alimentos.

Já os oito molares ajudam a triturar os alimentos, por meio das várias cúspides na superfície da mordida.

Erupção dentária permanente

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Já o nascimento dos dentes permanentes costuma ter início entre os cinco e sete anos de idade

Conforme já mencionado, os dentes de leite são importantes para o desenvolvimento das estruturas faciais e do maxilar.

O que está diretamente ligado à erupção dentária permanente, já que a aparição desses dentes acontece somente quando tais dimensões permitem.

Esse processo de erupção dos dentes permanentes leva o nome de rizólise fisiológica e é orientado pelos dentes antecessores.

É esse fenômeno que proporciona o posicionamento e alinhamento dos elementos dentários, bem como a oclusão dentro da normalidade.

Formada também durante o período fetal, a dentição permanente é composta por 32 dentes, igualmente divididos entre as arcadas superior e inferior.

Neste caso, a erupção dentária costuma ter início entre os cinco e sete anos de idade e chega ao fim entre os 18 e 21 anos.

O mais comum é que o primeiro molar apareça por volta dos 6 anos, atrás do segundo molar decidual.

Como, até então, não há dente nesta localização, não há queda de dente de leite neste primeiro momento.

Já o incisivo central inferior depende da queda dos decíduos e acontece aproximadamente entre os 6 e 7 anos de idade.

Importante ressaltar que a formação dos dentes permanentes pode ser prejudicada pelo surgimento de cárie em bebês.

Cronologia da dentição

Conforme a cronologia da dentição, os primeiros dentes de leite a surgirem são os incisivos centrais inferiores, entre seis e 10 meses de idade.

Aos sete meses, a expectativa é de que os incisivos centrais superiores e/ou os incisivos laterais inferiores comecem a aparecer.

Todavia, nesses casos, a erupção pode acontecer até os 12 e 16 meses, respectivamente.

Em seguida, podem vir os incisivos laterais superiores (9 a 13 meses) e os primeiros molares inferiores (12 a 18 meses) e superiores (13 a 19 meses).

Já os últimos dentes a surgirem, normalmente são os caninos superiores (16 a 22 meses) e inferiores (16 a 23 meses) e os segundos molares inferiores (20 a 31 meses) e superiores (25 a 33 meses).

Já a dentição permanente costuma iniciar pelos primeiros molares, seja superior ou inferior, aos 6 ou 7 anos, conforme já mencionado. Nessa faixa etária, também é esperada a erupção dos incisivos centrais inferiores.

Com 7 ou 8 anos, surgem os incisivos centrais superiores e os laterais inferiores e, aos 8 ou 9, os incisivos laterais superiores.

Em seguida, vêm os caninos e os primeiros molares inferiores (09 a 11), os primeiros molares superiores (10 a 11), os segundos pré-molares superiores e inferiores (10 a 12), os caninos superiores e os segundos pré-molares inferiores (11 a 12).

Os últimos a surgirem são os segundos pré-molares superiores, entre 12 e 13 anos, e os terceiros molares, mais conhecidos como dentes sisos, entre 17 e 30.

Alterações na cronologia da erupção dentária

Erupção dentária pode demorar para começar em bebês que consomem alimentos mais líquidos e pastosos

Apesar de a erupção dentária acontecer no tempo de cada criança, é importante observar o intervalo previsto na cronologia da dentição.

Uma variação de seis a oito meses, por exemplo, pode ser considerada normal. Mas em alguns casos pode ser necessária a investigação clínica e radiográfica ou acompanhamento periódico de um odontopediatra.

Situações como erupção tardia, perda precoce do dente de leite ou ausência do sucessor podem ocasionar alterações nesse cronograma.

Assim como outros fatores locais, sistêmicos ou genéticos.

Em bebês que consomem alimentos mais líquidos e pastosos, por exemplo, a erupção dentária costuma demorar mais.

Isso porque esse tipo de comida não estimula a mastigação e o crescimento do maxilar.

Cuidados relacionados à erupção dentária

Nos casos em que a erupção dentária é precedida de sintomas significativos, o mais recomendável é que os pais recorram ao pediatra ou ao odontopediatra.

Tanto para se certificarem de que não existe nenhuma outra patologia associada, quanto para buscarem formas de aliviar os desconfortos.

Inclusive no que diz respeito aos medicamentos que podem ou não serem utilizados neste caso.

Outra questão que merece atenção é que a escovação tem papel importante na saúde bucal e, portanto, deve ser iniciada logo após a erupção do primeiro dentinho.

O recomendável é que a primeira consulta com o odontopediatra também seja agendada nesse período, no mais tardar até o bebê completar seu primeiro ano de vida.

Isso porque o profissional dentista poderá orientar os pais sobre os itens e a forma adequada de realizar a escovação e os cuidados que devem ser tomados com a alimentação.

Assim como realizar limpeza e aplicação de flúor, se necessárias, ou iniciar outros tratamentos para corrigir atrasos na erupção dentária.

Em casos de dentes submersos na mandíbula ou na maxila, cistos ou tumores, por exemplo, a exodontia pode ser indicada.

Já em casos de atraso sem anomalia justificada por radiografia, tratamentos ortodônticos podem ser necessários, a depender da idade da criança.

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