Cárie de mamadeira tem evolução rápida e pode causar sérios problemas

cárie de mamadeira

05/03/2021 | Por: OdontoBusca

Se você é mãe, pai ou tem algum bebê ou criança pequena próxima de você, com certeza já deve ter escutado falar da cárie de mamadeira.

Trata-se de um problema relativamente comum na primeira infância, mas que muitas vezes é minimizado.

O que acaba causando sérios problemas e comprometendo, inclusive, a saúde bucal na fase adulta.

Neste artigo você vai entender quando e de que forma a cárie de mamadeira costuma surgir e como ela pode ser identificada.

Também serão abordados os riscos que este problema apresenta, como pode ser tratado e, sobretudo, prevenido.

Confira todos os pontos que serão apresentados:

Quando acontece a cárie de mamadeira

Cárie de mamadeira: um problema de rápida progressão

A culpa não é só da mamadeira

Cárie de mamadeira também acomete bebês em aleitamento materno?

Muita atenção aos sinais e sintomas

Prejuízos para toda a vida

Um tipo de tratamento para cada fase

Prevenir é o melhor remédio

Quando acontece a cárie de mamadeira

A falsa crença de que bebês não apresentam risco de desenvolver cáries ainda predomina entre muitas pessoas.

Isso se dá, principalmente, porque grande parte acredita que não é preciso se preocupar com os dentes de leite, pois logo eles serão substituídos. Mas não é bem assim que funciona.

A verdade é que, a partir da erupção do primeiro dentinho, o bebê já se torna vulnerável às doenças bucais, como a cárie, devido ao seu contato com o meio externo.

A cárie de mamadeira, por exemplo, é um problema que acomete justamente os dentes decíduos, popularmente conhecidos como dentes de leite.

Isso porque ela costuma acontecer em bebês e crianças de até cinco anos de idade, aproximadamente, principalmente as que se encontram em aleitamento.

Mas isso não significa que as fórmulas lácteas ou até mesmo o leite materno são os vilões da saúde bucal infantil.

O problema vai muito além disso e não é à toa que ele recebe o nome de cárie de mamadeira, conforme você verá a seguir.

Cárie de mamadeira: um problema de rápida progressão

cárie de mamadeira

Deixar o bebê dormir enquanto ingere líquidos açucarados pode favorecer o aparecimento da cárie de mamadeira

Também conhecida como cárie precoce da infância ou cárie da primeira infância, a cárie de mamadeira é resultado do consumo frequente de bebidas adocicadas, associado à higienização inadequada.

É um problema que também está diretamente relacionado ao fato de deixar o bebê dormir enquanto ingere líquidos açucarados, principalmente durante a noite.

Quem tem ou convive com algum bebê, sabe o quanto é comum eles adormecerem mamando, seja no peito ou na mamadeira.

Não é à toa que, na maior parte das vezes, as mamadas fazem parte dos rituais de sono.

E o problema está justamente aí. Quando o bebê ou a criança ingere esse tipo de líquido e a escovação não é realizada, o açúcar fica muito tempo em contato com os dentes e gengiva.

Nessa hora, as bactérias nocivas que vivem na nossa cavidade bucal entram em ação.

Elas se acumulam e passam a produzir ácidos e outras substâncias que corroem o esmalte dentário e deterioram a superfície e camadas mais internas dos dentes.

À noite, a situação é ainda pior porque há uma queda na produção de saliva, o que consequentemente compromete a proteção natural da boca.

A cárie de mamadeira é um problema que costuma progredir rapidamente, sobretudo nos dentes anteriores e posteriores, que são os que têm mais contato com o líquido ingerido.

A culpa não é só da mamadeira

Mas, conforme mencionado anteriormente, os leites não são os únicos responsáveis pela cárie de mamadeira.

Existem sim leites artificiais com maior teor de açúcar, por isso, a importância de consultar o pediatra e analisar a ordem dos ingredientes descritos no rótulo, o que determina sua predominância.

Os compostos lácteos, por exemplo, apesar de muitas vezes terem rótulos bastante parecidos com as fórmulas infantis e serem adotados por conta do valor mais acessível, são diferentes em sua composição.

Tratam-se de produtos ultraprocessados, resultantes da mistura de leite (no mínimo 51%) e outros ingredientes lácteos ou não lácteos que costumam conter açúcar e aditivos alimentares.

Ou seja, o perigo está em qualquer líquido açucarado, inclusive achocolatados, chá com mel ou açúcar, sucos industrializados, refrigerantes, entre outros.

Além disso, até mesmo alguns medicamentos, como xaropes e antibióticos, podem favorecer a aparição deste tipo de cárie. Isso porque eles costumam ser adocicados para melhor aceitação.

Importante destacar ainda que, apesar de receber esse nome, a cárie de mamadeira também pode acontecer em virtude do uso de chupeta embebida em solução açucarada.

Portanto, além de evitar ao máximo o consumo de açúcar entre bebês e crianças, é preciso investir pesado na escovação para preservar a saúde bucal.

Cárie de mamadeira também acomete bebês em aleitamento materno?

Uma questão que divide opiniões e costuma gerar muita polêmica é a possibilidade de o leite materno também causar cáries.

Alguns profissionais defendem que esse risco existe, principalmente em casos de livre demanda, amamentação noturna ou prolongada.

E muitas vezes acabam recomendando o desmame noturno, alegando que o leite materno também contém açúcares em sua composição.

Por outro lado, já existem estudos que comprovam que o açúcar presente no leite materno não é capaz de deixar o pH da boca ácido o bastante para a proliferação das bactérias.

Geralmente a cárie é associada à amamentação, mas é ocasionada pelo consumo de doces, guloseimas, embutidos e, principalmente, pela falta de higienização correta.

Muita atenção aos sinais e sintomas

Consultas regulares com odontopediatra são importantes para detectar o problema no estágio inicial

Muitas vezes a cárie de mamadeira pode ser imperceptível e não apresentar qualquer tipo de sintoma em sua fase inicial. Por isso, a importância de manter consultas regulares com um odontopediatra.

É importante observar a aparição de manchas brancas na superfície do elemento dentário. Este costuma ser o primeiro sinal de desmineralização do esmalte.

A cárie de mamadeira costuma acometer mais os dentes da frente, mas isso não significa que os dentes de traz também não podem ser atingidos.

Quando o problema não recebe o devido tratamento, manchas escuras podem surgir e indicar a progressão da lesão cariosa.

Se a cárie de mamadeira afeta a dentina, a camada abaixo do esmalte dentário, o bebê pode começar a sentir dores e desconfortos.

Mudanças no comportamento da criança, como irritabilidade, falta de apetite e inquietação, também podem indicar algum dano.

Outros sintomas que podem surgir são febre, mau hálito, bem como inchaço, vermelhidão e sangramento da gengiva.

Em estágios mais avançados, até mesmo cavidades são esperadas.

Prejuízos para toda a vida

A cárie de mamadeira não é inofensiva como muitos pensam. Pelo contrário, dependendo da sua progressão, ela pode inclusive prejudicar a formação dos dentes permanentes.

Em casos mais graves, por exemplo, pode ocorrer a perda prematura dos dentes de leite, que atuam como moldes para os permanentes se posicionarem.

Quando essa base para a dentição definitiva é afetada, dentes desalinhados ou danificados podem ser esperados na fase adulta.

Mas a cárie de mamadeira também pode comprometer significativamente a saúde bucal e a qualidade de vida durante a infância.

Seja pelas dores e desconfortos ocasionados pelo problema, que podem impactar nas atividades cotidianas, como alimentação, sono, lazer e rendimento escolar.

Ou até mesmo pelo risco de evoluir para um quadro inflamatório e ocasionar alterações na mastigação, fala, respiração e desenvolvimento dos dentes.

Um tipo de tratamento para cada fase

O tratamento para a cárie de mamadeira é similar ao protocolo utilizado em adultos com cárie. A diferença é que a odontopediatria cuida dos dentes de um jeito feliz e divertido.

Em primeiro lugar, é importante ressaltar que uma série de fatores podem influenciar no tipo de procedimento a ser realizado.

Entre eles, estão idade e saúde geral do paciente e, sobretudo, gravidade do caso. Isso significa que quanto mais cedo for tratado, menos extenso e invasivo será o tratamento.

No estágio inicial, por exemplo, pode ser adotada aplicação de flúor ou verniz fluoretado para reconstrução do esmalte dentário.

E também indicadas alterações na dieta, como evitar alimentos e bebidas açucaradas, ácidas e cítricas.

Algumas mudanças de também costumam ser necessárias, como reforçar a higienização após as mamadas, colocar apenas água na mamadeira, etc.

Já quando há algum quadro de inflamação ou a cárie estiver extensa, podem ser indicados procedimentos como canal, restauração e até mesmo extração.

Em alguns deles, inclusive, pode ser recomendável submeter o bebê ou a criança à sedação, a depender do tipo de tratamento e de sua idade e nível de resistência.

Prevenir é o melhor remédio

Uma higienização bucal correta desde cedo é primordial para evitar problemas bucais

Como prega aquele famoso ditado popular, “prevenir é melhor que remediar”. E a boa notícia é que a cárie de mamadeira pode ser evitada por meio da adoção de simples hábitos.

Confira alguns deles:

  • Levar o bebê ao odontopediatra na idade certa para limpeza, aplicação de flúor, se necessário, e sobretudo acompanhamento da saúde bucal;
  • Iniciar a escovação assim que o primeiro dente surgir, utilizando pasta de dente fluoretada na quantidade de um grão de arroz cru, inicialmente;
  • Utilizar fio dental pelo menos uma vez ao dia, principalmente em bebês que têm dois ou mais dentes encostados;
  • Evitar o consumo de alimentos e líquidos adocicados até os dois anos de idade;
  • Mesmo após os dois anos de idade, não permitir que o consumo de açúcar seja frequente ao longo do dia e principalmente à noite;
  • Realizar a higienização bucal após as refeições e depois da última mamada do dia, sobretudo antes de dormir;
  • Não permitir que a criança vá para o berço ou para a cama com a mamadeira, para evitar que ela acabe dormindo sem escovar os dentes;
  • Ajustar a rotina do bebê, para evitar que a criança se alimente durante a madrugada;
  • Evitar passar mel ou qualquer substância adocicada na chupeta;
  • Aproveitar a introdução alimentar para já começar a incentivar o uso de copo;
  • Investir em uma alimentação saudável e equilibrada e reduzir o consumo de itens que compõem uma dieta cariogênica.

Você também vai gostar de ler