EPI na Odontologia: Importante para o dentista e para o paciente

13/04/2021 | Por: Odonto Busca Redação

Os EPIs, ou seja, Equipamentos de Proteção Individual, são aparatos ou produtos que devem ser utilizados por trabalhadores de determinadas áreas suscetíveis a riscos à sua segurança e à saúde no trabalho. A Odontologia é uma dessas áreas que necessitam de atenção e do uso de EPI.

O uso desses equipamentos obedece a Norma Regulamentadora do Ministério do Trabalho e Emprego de número 6 (NR 6) , publicada em 1978. Logo, possui regras e indicações obrigatórias, as quais, senão observadas e seguidas, são passíveis de penalidades legais.

Este artigo traz tudo sobre o uso desses equipamentos, quais são, quando e porque usá-los no consultório odontológico. Segurança é importante e este ambiente traz riscos químicos, físicos e biológicos para funcionários e pacientes.

Contudo, a atenção deve ser redobrada! Acompanhe este artigo e fique por dentro sobre EPIs na Odontologia.

O que é EPI?

Por que se deve usar EPI nos consultórios odontológicos? 

EPI: Segurança para todos

Jaleco

Luvas odontológicas

Touca

Óculos de proteção

Máscaras

Sapatos

O papel do EPI em tempos de pandemia

Biossegurança em Odontologia

 O que é EPI?

Como dito na introdução deste artigo, EPIs são equipamentos ou produtos de proteção individual definidos por meio de norma do Ministério do Trabalho e Emprego, que visam a proteção do trabalhador em situações de risco no ambiente de trabalho.

Os consultórios odontológicos são ambientes em que há riscos de contaminação devido à manipulação de produtos e de possível contato com sangue e outros tecidos e também devido à utilização de instrumentos perfurantes e cortantes.

Portanto, se faz imprescindível para a segurança de todos que os equipamentos previstos na norma do Ministério do Trabalho sejam adotados.

Fazem parte destes equipamentos, as luvas, a máscara, os óculos de proteção, o gorro, o avental ou o jaleco, proteção térmica e sapatos fechados, dentre outros.

Vale observar que a NR 6 também especifica que o EPI deve conter o Certificado de Aprovação (CA), expedido pelo órgão nacional competente em matéria de segurança e saúde no trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego.

Ou seja, não basta utilizar o equipamento. Tem que se assegurar de que este é aprovado pelo governo brasileiro.

Leia a NR 6 na íntegra. 

Por que se deve usar EPI nos consultórios odontológicos?  

Os consultórios odontológicos são espaços de cuidados com a saúde e, assim como hospitais e clínicas, estão expostos a grande variedade de microrganismos. Sendo assim, estes microrganismos se fazem presente por meio do sangue e da saliva e podem ser transmissores de doenças infecciosas.

Portanto, os profissionais que transitam diariamente nestes espaços, tais como o cirurgião-dentista, o higienista bucal, os auxiliares e técnicos de laboratórios de prótese devem fazer uso dos EPIs.

Logo, o dentista deve se certificar de que todos os cuidados são tomados nos espaços do consultório e por todos que ali trabalham. Estes cuidados protegem não somente os funcionários e o próprio dentista, mas também os pacientes do consultório.

Por exemplo: Os instrumentos dentários são utilizados direto na boca dos pacientes, onde há presença de saliva e, dependendo do tratamento, sangue.

Se não higienizados corretamente antes de utilizado novamente, poderá desencadear uma cadeia infecciosa, de paciente para paciente. Assim, este tipo de contaminação é chamado de infecção cruzada.

Daí a importância de fazer uso de EPI de controle de microrganismos utilizados pelo cirurgião-dentista. Neste caso específico, são utilizados processos de esterilização dos materiais e procedimentos de assepsia do local.

Como pode-se perceber, manter a segurança no local de trabalho em um consultório odontológico envolve o controle e a proteção não somente de pessoas, mas também de instrumentos e de equipamentos e do ambiente em si.

Os EPIs são parte das regras de biossegurança. Saiba tudo sobre a biossegurança e sua importância para a saúde e a proteção de todos.

EPI: Segurança para todos

Sendo assim, o intuito dos EPIs e dos procedimentos adotados visam a segurança de todos que por ventura circulem pelo consultório odontológico.

Por isso, a NR 6 indica como obrigatório o fornecimento gratuito de EPIs pelo contratante aos colaboradores e, em alguns casos, aos pacientes. Entenda como funciona cada um destes materiais obrigatórios.

Jaleco

EPI

O jaleco ou o avental de proteção utilizado pelos dentistas tem como objetivo principal proteger a região do troco e dos braços. Pois, durante os atendimentos, pode ocorrer exposição ao sangue, saliva, aerossóis e outros materiais orgânicos contaminantes.

Em alguns momentos, o paciente também deverá utilizar o EPI. Nestes casos, geralmente, o dentista utiliza aventais descartáveis, os quais serão dispensados após o atendimento. Geralmente, são brancos e longos até a altura do joelho, com mangas longas e proteção para o pescoço.

Inclusive, é indicado que esta peça seja usada somente no consultório. Também não deve ser lavada junto com outras roupas devido às inúmeras bactérias que pode carregar.

Luvas odontológicas

Dentre os mais importantes Equipamentos de Proteção Individual para dentistas, estão as luvas. Elas têm grande importância para este profissional, uma vez que a mão está sempre muito perto da boca do paciente e manuseando instrumentos cortantes e perfurantes.

Portanto, as mãos do dentista se tornam extremamente vulneráveis à contaminação. Além disso, também se tornam vetores potenciais de transmissão de micropartículas e microrganismos.

As luvas são divididas entre as de procedimento e as cirúrgicas. O primeiro tipo é indicado para consultas convencionais em que há contato com sangue, saliva e outros materiais corporais.

Já as cirúrgicas, como o nome indica, devem ser utilizadas em cirurgias e procedimentos que necessitam de esterilização. Costumam ser feitas de látex, desinfetadas e embaladas individualmente.

Estes itens dO EPI protegem muito, isso é fato. Mas, podem contaminar o profissional que não as manusear adequadamente na hora de calça-las e retirá-las. Portanto, preste atenção:

  • Faça a higienização das mãos
  • Retire as luvas da caixa tocando somente na parte dos punhos e, então, coloque-as uma por vez em cada uma das mãos
  • Faça ajustes, se necessário. Para isso, sempre use as pontas dos dedos para puxa-las delicadamente em direção ao pulso
  • Para retirar as luvas de procedimentos não cirúrgicos, o passo a passo é bem simples: Segure a luva na parte externa onde está o punho, puxe-a em direção aos dedos e ela sairá do lado avesso
  • A fim de remover a segunda luva, coloque os dedos na parte interna da luva, de forma que eles fiquem entre o pulso e a luva. Faça o mesmo movimento de arrastar a luva em direção aos dedos, que devem estar segurando a primeira luva removida
  • Descarte as duas luvas no lixo indicado e finalize o procedimento com a higienização das mãos

EPI

Touca

Este é um EPI utilizado pelo dentista e pelo paciente durante o procedimento. Pois, ele evita que os cabelos interfiram durante os procedimentos, por exemplo. Também protege a região do couro cabeludo de micropartículas e aerossóis.

As toucas odontológicos costumam ser feitas de materiais respiráveis, como o propileno, mais conhecido como TNT. Isso evita que a cabeça se aqueça demais e o profissional transpire.

Óculos de proteção

A NR 6 indica, ainda, o uso de óculos de proteção para dentistas. Eles são importantes para proteger a região dos olhos e suas mucosas. Além de impedir a contaminação, eles amenizam a radiação no caso de uso de aparelhos, como os fotopolimerizadores. Inclusive, em certos procedimentos, devem ser usados também pelo paciente.

Os óculos podem ser reutilizados, devendo, apenas, serem higienizados. O mercado disponibiliza diferentes modelos, os quais atendem a diversos propósitos, dependendo do procedimento. Alguns protegem contra os raios UV, outros mais resistentes contra metais e outros contra fluidos e respingos.

Portanto, o dentista deve levar em consideração os tipos de procedimentos para escolher o modelo adequado ao nível de proteção exigido. Faz bem observar, também, a qualidade, durabilidade, ergonomia e resistência do material.

EPI

Máscaras

O paciente, sentado na cadeira do dentista, fica com a face exposta durante todo o procedimento. E não tem como ser diferente. Por isso, o dentista deve usar máscaras faciais, a fim de proteger-se das gotículas de saliva e da respiração do paciente.

As máscaras são, geralmente, feitas de polipropileno, ou seja, TNT, ou outro tecido com fibras que permitem a respiração ao mesmo tempo em que impedem a entrada de micropartículas.

Sendo assim, elas são verdadeiras barreiras de proteção para a boca e para o nariz. Portanto, precisam ser confortáveis, se adaptarem facilmente ao rosto, não causarem alergia, não apresentarem nenhum tipo de odor e, claro, serem descartáveis.

Outro ponto importante sobre as máscaras é sempre avaliar sua capacidade de filtragem de partículas. Pois, esta característica é essencial para a prevenção de transmissão de doenças, como gripe e tuberculose.

Logo, algumas máscaras são mais eficientes no que tange a filtragem do ar, como as PFF (Peça Facial Filtrante).

luvas e máscara

Sapatos

Os sapatos devem ser fechados. Pois, eles têm como função proteger os pés do dentista e de auxiliares contra objetos cortantes que por ventura caiam.

Eles devem ser usados apenas no consultório, a fim de levar contaminação da rua para o local de atendimento.

O papel do EPI em tempos de pandemia

Com o início da pandemia do coronavírus no Brasil, em meados de 2020, os Equipamentos de Proteção Individual saíram dos espaços de saúde e tomaram conta de todos os lugares. Claro, ficaram ainda mais necessários e importantes dentro dos consultórios.

Algumas mudanças de protocolo também foram instituídas pelo Ministério da Saúde, a fim de impedir o aumento no número de pessoas doentes com a Covid-19. Inclusive, o ministério soltou uma Nota Técnica (04/2020) atualizando sobre o uso de EPIs na prevenção ao contágio da Covid-19 e dando orientações para o manejo do lixo proveniente contaminante.

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